As expectativas para os principais indicadores econômicos para este ano se deterioraram entre a divulgação das duas últimas atas do Comitê de Política Monetária (Copom), de junho e julho. Foi o que apontou a Pesquisa Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado, feita com 33 bancos entre os dias 30 de julho e 1º de agosto e divulgada nesta terça-feira (05).
No campo da inflação, houve elevação das projeções no período em todos os indicadores selecionados. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a previsão média saltou de 5,76% para 6 48%, colada ao teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6 50%. No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), o avanço foi ainda maior, passando de 9,13% para 12,10%.
Selic
A média das previsões para a Selic, taxa básica de juros, ao final deste ano também subiu: de 14,01%, em junho para 14,70% na pesquisa do mês passado. Na avaliação do economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Nicola Tingas, expressa por meio de nota à imprensa, o aumento de 0,75 ponto porcentual da Selic definido na última reunião do Copom não surpreendeu a maioria dos analistas.
PIB
Houve manutenção das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, que passou de 4,78% para 4,79%. Para o setor agrícola, a previsão é de 4,18%; para o industrial, de 5,18%; e, para o de serviços, de 4,65%. O consumo das famílias continuará a apresentar expansão vigorosa (6,07%), enquanto o do governo deverá subir 4,70%. Ainda em relação ao PIB, a expectativa média dos analistas para o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimentos, é de 12,81%, enquanto para as exportações de bens e serviços é de 6,63% e, das importações, de 23,01%. A produção industrial deverá, segundo o levantamento, registrar incremento de 5,22% em 2008 ante o ano passado.
Dólar
Para o câmbio, ainda que a média das estimativas apuradas pela Febraban aponte para uma cotação maior do que a atual, houve uma diminuição dessa projeção de junho (R$ 1,69) para julho (R$ 1 63). A avaliação sobre o resultado da balança comercial ao final do ano sofreu uma forte revisão, passando de US$ 32,42 bilhões para US$ 23,43 bilhões. Na outra ponta, a projeção para o déficit em conta corrente do período foi acentuada: de US$ 14,48 bilhões para US$ 22,05 bilhões. As expectativas continuam robustas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) este ano, devendo somar US$ 33,93 bilhões. O incremento aguardado para as reservas internacionais está mais tímido, devendo chegar a dezembro em US$ 211,76 bilhões.
Superávit
Os economistas da Febraban desconfiam, conforme revela a pesquisa, que o governo não conseguirá atingir a nova meta de superávit primário (4,3% do PIB), em análise no Congresso. Aliás nem a meta anterior, de 3,8% do PIB, será cumprida, já que a média para este indicador está em 3,48% do PIB.