Pioram expectativas da indústria, diz diretor da Fiesp

As expectativas dos empresários da indústria paulista pioraram em todos os aspectos, exceto para número de empregados, indicador que manteve estabilidade na passagem de setembro para outubro deste ano. Caíram as expectativas dos industriais paulistas para demanda, compra de matérias-primas e exportações, de acordo com análise feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base em um recorte feito a partir da sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que foi divulgada hoje (05).

Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, a pesquisa confirma dados já divulgados anteriormente pela entidade em relação à atividade industrial e ao Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci). “Chama atenção essa freada na expectativa de demanda, muito forte, e a expectativa de exportação, que desabou”, afirmou. “Ou seja, as indústrias enxergam uma panorama feio, que pode melhorar com as ações do governo adotadas nos últimos dias, mas que não será a salvação da lavoura. O ano de 2012 começa cheio de indefinições em relação à situação da Europa, ao cenário de crédito, com razoáveis inquietações.”

O indicador expectativas de demanda para os próximos seis meses caiu 2,3 pontos, ao passar de 48,9 pontos em setembro para 46,6 pontos em outubro. A queda foi puxada pelas pequenas indústrias, cujas expectativas de demanda recuaram 4,6 pontos.

O indicador compra de matérias-primas para os próximos seis meses diminuiu 2,2 pontos, para 44,1 pontos em outubro, ante 46,3 pontos em setembro. Mais uma vez, o decréscimo foi puxado pelas pequenas indústrias, cuja queda no indicador foi de 4,6 pontos.

O indicador de expectativas para exportações nos próximos seis meses recuou 2,9 pontos, ao passar para 46,3 pontos em outubro, contra 49,2 pontos em setembro. Foram as pequenas indústrias que mais influenciaram no resultado, com queda de 5,7 pontos.

Único indicador a registrar estabilidade, o número de empregados para os próximos seis meses permaneceu em 45,5 pontos de setembro para outubro. As grandes indústrias foram as únicas a apresentar recuperação, com crescimento de 2 pontos de um mês para o outro, enquanto as pequenas e médias empresas registraram queda.

Outubro

Os indicadores de atividade do mês de outubro também registraram resultados “deprimentes”, segundo Francini. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) efetiva caiu 0,3 ponto, de 40,2 pontos em setembro para 39,9 pontos em outubro, o pior resultado desde janeiro de 2011.

O estoque efetivo se afastou ainda mais do planejado, de 55 pontos em setembro para 56,1 pontos em outubro, o que indica acúmulo de estoques indesejados, principalmente nas médias indústrias. O estoque de produtos finais também cresceu, de 54,6 pontos em setembro para 55,5 pontos em outubro, puxado pelas grandes indústrias. “Os dados dos estoques são preocupantes, porque estoques elevados sempre indicam uma frustração em relação ao que estava previsto”, disse Francini.

O indicador de evolução do número de empregados cresceu 1,6 pontos, de 47 pontos em setembro para 48,6 pontos em outubro. E o indicador de volume de produção também aumentou, de 45 pontos para 46,9 pontos, puxado pelas grandes indústrias.

A sondagem foi feita com 288 indústrias de São Paulo, 138 pequenas, 105 médias e 45 grandes, entre os dias 1.º de novembro e 18 de novembro.

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