A Europa volta a ser ameaçada pela crise da dívida e ganha força a perspectiva de novos pacotes de socorro a países à beira do colapso. Ontem, as taxas de juros da Irlanda e de Portugal atingiram nível recorde, acima mesmo das taxas na crise grega no primeiro semestre. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, se apressou em anunciar, em Seul, que a União Europeia (UE) está pronta a ajudar financeiramente a Irlanda se necessário, em uma tentativa infrutífera de acalmar os mercados.
O juro dos bônus de 10 anos da Irlanda chegou a 8,9% ao ano ontem. A diferença de rendimento com o bônus da Alemanha, referência nos mercados, foi de mais de 6 pontos porcentuais. Ao ver o crédito se fechando aos pedidos de empréstimo do país ontem, o governo irlandês fez questão de declarar que a crise não era apenas do país, mas de toda a Europa. “A alta nos spreads é muito séria e há uma preocupação em toda a zona do euro em relação a isso”, afirmou o ministro de Finanças da Irlanda, Brian Lenihan. Para o mercado, a Irlanda precisará de um pacote de 48 bilhões de euros para sair da crise.
Os papéis de Espanha e Itália também voltaram a preocupar, num sinal de nova contaminação. Já o euro teve nova queda, enquanto as bolsas terminaram em baixa. Há seis meses, o foco de preocupação era a Grécia, que recebeu um pacote de 110 bilhões de euros para pagar as dívidas e salvar o euro. A crise em Atenas obrigou a Europa a criar um fundo de 750 bilhões de euros de ajuda a países em dificuldades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.