O valor do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas pelo País) somou, até setembro, R$ 1,1 trilhão. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). O número ficou dentro das expectativas do mercado. Entre os três principais setores da economia, o agropecuário foi o único que apresentou retração em relação ao trimestre anterior. O PIB da agroindústria somou R$ 31,68 bilhões, queda de 20% em relação aos R$ 39,63 bilhões verificados no segundo trimestre. Em 2002, havia somado R$ 26,64 bilhões no terceiro trimestre.
O setor de serviços e a indústria mostraram recuperação. O PIB industrial subiu dos R$ 125,3 bilhões do segundo trimestre para R$ 137,9 bilhões no terceiro trimestre deste ano, expansão de 10%. Em relação ao terceiro trimestre de 2002, o crescimento foi de 13,8%.
De acordo com o IBGE, o PIB do setor de serviços somou R$ 195,8 bilhões no período, crescimento de 2,35% ante os R$ 191,29 bilhões do trimestre anterior. No terceiro trimestre de 2002, o PIB de serviços havia somado R$ 184,72 bilhões.
Consumo
O consumo das famílias teve uma ligeira melhora, de acordo com os dados do IBGE. O aumento foi de 2,8% e passou dos R$ 210,6 bilhões registrados no segundo trimestre para 216,7 bilhões no terceiro trimestre. Até setembro, o consumo acumulado das famílias somou R$ 635 bilhões.
O governo também consumiu mais. Passou dos R$ 69,53 bilhões para R$ 73,27 bilhões no terceiro trimestre. Também houve aumento na comparação com 2002, quando o consumo total do governo foi de R$ 62,43. Até setembro, o acumulado é de R$ 200,5 bilhões.
Houve ainda superávit de R$ 40,8 bilhões na balança de bens e serviços ficou e a formação bruta de capital fixo somou R$ 199,6 bilhões.
Financiamento
A capacidade de financiamento da economia brasileira cresceu do segundo para o terceiro trimestre. Passou dos R$ 679 milhões registrados no segundo trimestre para R$ 9,7 bilhões no terceiro trimestre.
Isso, segundo o IBGE, aprofundou o ajuste externo empreendido na economia brasileira desde 2002.
Do primeiro para o segundo trimestre, a variação da capacidade de financiamento havia sido de R$ 144 milhões, saltando para R$ 9,1 bilhões do segundo para o terceiro trimestre.
Segundo o IBGE, esta mudança se deveu, principalmente, à combinação da redução de R$ 5,5 bilhões na renda líquida de propriedade enviada ao exterior e ao aumento de R$ 2,7 bilhões do saldo externo de bens e serviços, em relação ao segundo trimestre.
Na comparação com o trimestre anterior, a renda disponível bruta aumentou R$ 17,9 bilhões no terceiro trimestre.
Como o consumo final (consumo das famílias mais consumo do governo) aumentou menos, R$ 9,9 bilhões, houve uma elevação de R$ 8 bilhões na poupança nacional bruta.
Além disso, a formação bruta de capital (investimento) mais as transferências líquidas de capital recebidas do resto do mundo caíram R$ 951 milhões.
De acordo com o IBGE, todos estes fatores, em conjunto, contribuíram para o aumento da capacidade de financiamento no trimestre.
O ano de 2003, considerando os três trimestres, apresenta a mesma tendência dos anos de 2001 e 2002. O ano de 2001 marca uma mudança na intensidade dos fluxos de capital voluntários para os países da América Latina e, em particular, para o Brasil.
A taxa de juros doméstica (Selic), que em janeiro de 2001 chegou a 15,25 % ao ano, foi para 26,5% no segundo trimestre de 2003, caindo para 20 % em setembro. A taxa de juros americana (Fed Funds) que estava no patamar 1,25 % no segundo trimestre caiu para 1% em setembro.
