O Banco Central reduziu a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto para este ano. Segundo números divulgados ontem pela autoridade monetária, em 2003 a expansão do PIB será de 0,3% e não mais de 0,6%, segundo a previsão anterior. O relatório do BC aponta ainda aumento da projeção de inflação para 2004, de 3,9% para 4,5%.
De acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, a redução na expectativa de crescimento não significa uma frustração para o governo, pois o ano foi marcado pela reversão da aceleração da inflação. Para o Banco Central, 2004 será marcado pela retomada do crescimento econômico com o cumprimento das metas de inflação.
Ainda segundo o relatório do BC, a projeção de inflação para 2004 é de 4,5% e de 4% para 2005. O PIB no próximo ano poderá apresentar crescimento de 3,5%. Essas estimativas para a economia, de acordo com o Banco Central, são positivas. ?A melhora dos indicadores econômicos confirma a tendência positiva para a economia brasileira?, afirmou Bevilaqua.
O relatório também faz considerações ao câmbio e à taxa básica de juros (Selic). As projeções foram feitas pelo Banco Central com base em uma taxa de juros de 16,5% e dólar estabilizado em R$ 2,94. Os analistas de mercado prevêem desvalorização do real de 14,1% ao ano no final de 2004, câmbio de US$ 3,21 e inflação de 5,8%.
Para 2003, a inflação será de 9,1%, ficando acima da meta do governo federal, que era de 8,5%, tendo como base o Índice de Preço ao Consumidor (IPCA). O crescimento da economia será menor do que o previsto anteriormente.
Sobre as perspectivas para o aumento da oferta de emprego, o diretor de Política Econômica do BC explicou que os índices só terão uma melhora significativa passado um determinado período de crescimento sustentado. Bevilaqua defendeu que haverá uma retomada consistente do crescimento econômico.
?Apesar do fraco desempenho registrado em 2003, deve-se reforçar que, na margem, a economia vem se recuperando com projeções de crescimento do PIB do quarto trimestre em 2% em relação ao mesmo período do ano anterior?, diz o relatório do BC, divulgado ontem.
