O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter desaceleração para 4,9% em 2008 e 4% em 2009, ante os 5,4% registrados em 2007 informou nesta quinta-feira (17) o Fundo Monetário Internacional (FMI), no documento Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês). A projeção para o Brasil está 0,1 ponto porcentual acima do projetado em abril para o ano de 2008 (4,8%) e 0,3 ponto porcentual acima do projetado também naquele mês para 2009 (3,7%).
Para o Hemisfério Ocidental, região que engloba a América Latina e Caribe, o PIB projetado é de 4,5% em 2008 e 3,6% em 2009, ante de 5,6% em 2007. "A América Latina não está descolando do mundo" afirmou o diretor-adjunto do Departamento de Pesquisa do FMI, Charles Collyns.
Quando comparados aos números divulgados no documento de abril, no Encontro de Primavera, os números foram revisados para cima, assim como ocorreu com outras economias, em função de dados mais fortes do que o FMI esperava para o primeiro semestre do ano. Charles Collyns reconheceu que "o crescimento em 2007 foi mais forte do que antecipamos para países como Brasil. Assim temos projeções mais fortes para 2008. Mas foram ajustes pequenos", acredita.
Para a América Latina como um todo, o diretor observa que a região continua crescendo bastante rápido e caminhava acima da tendência de expansão, mas não está se descolando da desaceleração global. "Projetamos desaceleração sustentada em 2008 e 2009, como resultado de menor crescimento das exportações e do aperto da política monetária", disse o diretor.
Política monetária
O FMI elogiou o Brasil na condução da política monetária. "O País tem feito muito bem, o Banco Central tem sido muito ativo, apertando ativamente (o juro) este ano", disse o diretor-adjunto do Departamento de Pesquisa do FMI. O diretor diz que o FMI está "encorajado" com os BCs da América Latina, mas avisa que os países, incluindo Brasil, precisarão continuar apertando o juro para conter a alta da inflação.
No Brasil, como resultado da condução do BC, diz o FMI, as expectativas de alta dos preços permanecem "bem ancoradas".
Segundo o FMI, a América Latina, no geral, enfrenta pressão de inflação, mas a região se beneficia dos sistemas de meta de inflação, que ajuda a ancorar as expectativas. "Os BCs na região têm sido muito pro-ativos, mas vão precisar continuar apertando o juro. O pior seria a inflação sair do controle e os BCs serem obrigados a apertar o juro acentuadamente e abortar o crescimento e ter um pouso brusco", completa. "A chave para o crescimento é manter a inflação sob controle", completa.