economia

PIB do 4º tri nos EUA não deve ser encarado com pessimismo, dizem analistas

A perda de impulso da economia dos Estados Unidos nos últimos três meses de 2016 significa apenas um retorno a um ritmo mais compatível com o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país e não deve ser encarado com muito pessimismo, afirmam analistas de bancos e consultorias.

Dados divulgados hoje pelo Departamento de Comércio mostraram que a economia norte-americana expandiu a uma taxa anualizada de 1,9% entre outubro e dezembro. O número representa uma desaceleração frente a os 3,5% registrados no trimestre anterior – ritmo mais forte desde em dois anos.

“O avanço da economia no quarto trimestre foi mais suave – como amplamente esperado – mas isso não significa que a desaceleração é uma tendência nos próximos meses”, afirmou Jim Baird, da Plante Moran Financial Advisors. “Por anos, o motor do crescimento tem sido o consumo das famílias, e elas continuam bem posicionadas para gastar cada vez mais”, afirma o analista em nota a clientes, acrescentando que a confiança das empresas está em patamares altos e que os próximos meses serão “esclarecedores” para sabermod qual o grau de aderência entre as promessas de campanha do presidente Donald Trump e seu programa de governo.

“Precisamos ter cautela ao tentar ler demais na desaceleração do PIB, uma vez que o crescimento de 3,5% do trimestre anterior foi beneficiado pela forte exportação de soja, um impulso que desapareceu no trimestre seguinte”, nota Paul Ashworth, da Capital Economics. Apesar do dado mais fraco, o analista nota que o PIB do segundo trimestre cresceu a uma taxa anualizada de 2,7%, contra 1,1% nos primeiros seis meses e “bem acima da taxa de crescimento em potencial”.

Johnny Bo Jakobsen, do Nordea, chama a atenção para o fato de que a expansão de 1,9% continua acima da estimativa do próprio Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para o PIB potencial dos EUA, que está em 1,8%, além de ficar próxima da média anual de crescimento registrado desde a crise financeira de 2008, de 2,1%. “Assim, embora a composição do crescimento no 4º trimestre tenha vindo mais frágil que o esperado, o dado do PIB não altera nossa estimativa de que o Fed vai fazer duas elevações este ano, sendo que a primeira acontece em junho”, afirma.

“Dada a preocupação do governo Trump com o déficit comercial, esperamos que os números de hoje sejam um grande assunto na Casa Branca”, nota Joshua Shapiro, da MFR. “Nossa leitura do PIB do 4º trimestre é que ele sublinha a força do componente doméstico, o que naturalmente atrai mais importações, ao mesmo tempo em que faz uma correção dos números inflados de exportações do trimestre anterior. Nesse sentido, acreditamos que o déficit comercial tirou um pouco o brilho da solidez da economia no quarto trimestre, assim como tinha exacerbado no período anterior.” (Marcelo Osakabe, com informações da Dow Jones Newsires)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo