economia

PIB da China está em linha com desejo do governo, dizem analistas

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China para o ano passado estão em linha com o desejo do Partido Comunista de promover um “pouso suave” da economia, afirmam analistas, que também sublinham os desafios da economia chinesa para os próximos anos.

“O PIB de 2016 veio em 6,7%, acima da meta das autoridades chinesas de 6,5%”, notam analistas do BBVA. “Os dados de investimento em ativos fixos e de produção industrial desaceleraram marginalmente em relação às leituras anteriores. À medida em que os ventos contrários se acumulam, esperamos que o crescimento mantenha tendência de queda este ano”.

Para Larry Hu, do Macquarie Group, as autoridades deverão ter desafios cada vez maiores para manter essa taxa de expansão, que já é a mnor desde 1990. “Crescimentos tão vistosos como os vistos nas vendas de moradias e carros não são sustentáveis”, afirma o economista, notando, por outro lado que o governo deve acelerar os gastos em infraestrutura para compensar parte da desaceleração esperada no mercado imobiliário. Hu estima que o PIB deste ano deve continuar na casa dos 6,5%, uma vez que os burocratas em Pequim parecem determinados em manter o crescimento em ritmo estável.

Julia Wang, do HSBC, acredita que, com a alta da expectativa de inflação para este ano, o governo deveria reduzir suas ações no fronte fiscal e focar mais em medidas para o setor privado, onde os estímulos governamentais poderiam render “ganhos magnificados”.

Já economistas do Merrill Lynch temem que os números melhores que o esperado possam gera complacência por parte das autoridades em relação às medidas contracíclicas. “Em meio a um potencial aperto monetário, a potencial redução do apoio ao crescimento faz com que os riscos para o PIB em 2017 pendam para o lado negativo”, escrevem em nota.

O crescimento estável da economia, por outro lado, deve da mais espaço da manobra para as autoridades na contenção de riscos financeiros em 2017, afirma Louis Kuijs, da Oxford Economics. “A forte sensação de incerteza deve levar os burocratas chineses a manterem as opções abertas”, afirma. Kuijs espera que a perspectiva para as exportações do país melhorem este ano, ajudadas pela depreciação medida de 5,7% do yuan em 2016. Já o PIB deve desacelerar para 6,3%, acrescenta. (Marcelo Osakabe, com informações da Dow Jones Newswires)

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