A atividade econômica no primeiro semestre deste ano ficou praticamente estagnada. O PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país) a preços de mercado cresceu apenas 0,14% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), um órgão do governo federal, havia previsto crescimento de 0,6% nos primeiros seis meses do ano.
O segundo trimestre de 2002 teve um crescimento de 0,99% em relação a igual período do ano passado, ante uma queda de 0,73% registrada no trimestre anterior, no mesmo tipo de comparação. Já em relação ao primeiro trimestre do ano, o crescimento do PIB entre abril e junho foi de 0,61%.
Nos últimos 12 meses, encerrados em junho, o conjunto de riquezas produzidas pelo país ficou estagnado, com avanço de inexpressivo 0,03%.
Entre os setores pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) houve crescimento no primeiro semestre na agropecuária (4,51%) e em serviços (1,55%). A indústria, ao contrário, registrou queda de 1,78%.
O resultado do setor industrial só não foi pior devido ao desempenho do subsetor extrativo mineral, cujo crescimento, impulsionado pelo setor de petróleo, foi de 11,71%.
Os demais subsetores industriais apresentaram retrações: indústria de transformação (-0,30%); construção civil (-7,32%); e serviços industriais de utilidade pública (-7,29%). No setor de serviços, todos os segmentos cresceram, exceto o comércio, que teve queda de 2,26%.
Economia “indecisa”
Para o coordenador da equipe técnica do Departamento de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Roberto Olinto, a economia está “indecisa??. “Se olharmos os dois últimos trimestres, a economia estaria indecisa, num momento de transição, de expectativa. Observa-se na economia desse ano várias questões de crise econômica, problemas cambiais, ano de eleições -o que cria expectativas??, disse. No primeiro trimestre, o PIB caiu 0,73%. E no segundo trimestre, cresceu 0,99%.
Sustentaram o crescimento da economia no semestre a agropecuária (4,5%) e o setor de serviços (1,55%). Para Olinto, o que mais puxou para baixo a economia foi o grupo indústria, cujo crescimento foi de apenas 0,30% no segundo trimestre, fechando o semestre com queda de 1,78%.
Segundo o técnico do IBGE, embora tenha crescido 1,32% no trimestre, a indústria de transformação não teve a reversão esperada após o racionamento. Além disso, a construção civil continua em queda, de 5,37% no segundo trimestre. E os serviços industriais de utilidade pública, que englobam principalmente serviços de energia e ainda de água e esgoto, tiveram redução de 2,34% no período. Mesmo depois do fim do racionamento, a população continuou a economizar energia.
“A indústria cresceu no segundo trimestre com taxa pequena. Havia uma expectativa de que com o fim do racionamento, a indústria sairia com taxas muitos altas. Essa expectativa foi frustada porque tem outras questões como a taxa de juros mantida alta e a renda média em queda??, disse Olinto.