A economia brasileira deverá crescer 0,9% em julho ante junho, segundo os critérios de medição da atividade econômica adotados pelo Itaú Unibanco, que mensalmente divulga a sua medida de PIB, o PIB Itaú Unibanco (Pibiu). A informação foi dada nesta terça-feira, 15, pelo economista-chefe da instituição, Mário Mesquita, e equipe.
“Teremos uma alta de 0,9% no mês de julho, uma melhora na margem, começando bem o terceiro trimestre”, disse o economista durante coletiva na sede do Itaú BBA, em São Paulo. Em junho, na comparação com maio, considerando os ajustes sazonais, o Pibiu cresceu 0,6%. A expansão sobe para 1,9% na comparação com junho do ano passado.
Para o ano, o Itaú Unibanco projeta um pequeno crescimento de 0,3%. Essa projeção já considera a estimativa do banco de queda de 0,2% da atividade econômica no segundo trimestre ante o primeiro trimestre. Para 2018, a equipe de Mário Mesquita projeta uma expansão de 2,5% da economia.
O cenário de crescimento delineado por Mário Mesquita para o próximo ano contempla uma maior intensidade na economia dos efeitos da redução de juros que vem sendo implementada pelo Banco Central. “No ano que vem vamos ver com maior intensidade o que o BC vem fazendo com a taxa de juro”, disse o economista, que não inclui no seu cenário a aprovação da reforma da Previdência neste ano.]
Meta fiscal
Mário Mesquita disse que se sentiria surpreso se nenhuma agência de classificação de risco não reagir a uma revisão significativa da meta fiscal. De acordo com ele, uma mudança simples da meta, desde que acompanhada pelas reformas política e estruturantes, não causaria grandes problemas.
Mas, considerando a possibilidade de o déficit chegar a algo como R$ 170 bilhões, seria difícil nenhuma agência de classificação de riscos não reagir à mudança e baixar o rating do Brasil. “Ficaria muito surpreso se nenhuma agência reagisse a uma mudança da meta”, disse Mesquita, ressaltando sua percepção de que o governo não cumprirá a meta por causa da frustração das receitas.
Durante os comentários, Mesquita disse também que o Itaú Unibanco considera como taxa de equilíbrio um câmbio de R$ 3,30. Mesquita disse reconhecer que taxa de câmbio de equilíbrio é boa para a economia, mas que pode não ser boa para mais ninguém. Ele se referiu aos exportadores, que querem sempre uma taxa de câmbio maior, e aos importadores, que sempre se posicionam por uma taxa de câmbio menor.