O aumento da produção e da produtividade da lavoura brasileira, aliado à recuperação dos preços internacionais e das exportações agrícolas permitiu que o Produto Interno Bruto (PIB) primário (faturamento menos despesas) registrasse um novo recorde de crescimento nos primeiros sete meses deste ano, de 9,2% em relação a igual período do ano passado. Com esse desempenho, o setor poderá fechar o ano com um PIB de R$ 59,57 bilhões, ante os R$ 54,54 bilhões realizados em 2001, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Departamento Econômico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
No primeiro semestre deste ano, o setor já havia registrado o crescimento recorde de 8,18%, com uma projeção para o PIB, ao final do ano, de R$ 59,01 bilhões. ?Esse resultado também vem sendo ajudado pela desvalorização cambial, considerando que a agricultura é um setor fortemente exportador?, disse o chefe do departamento, Getúlio Pernambuco.
Nem mesmo o aumento da taxa básica de juros (Selic), que passou de 18% para 21% nesta segunda-feira, deve prejudicar o setor. ?O impacto deverá ser pequeno, porque a safra já está sendo plantada, o que significa que os produtores já fecharam seus contratos nos bancos e para a compra de insumos?, disse Pernambuco.
O PIB primário da pecuária, contudo, registrou crescimento de 0,52% nos primeiros sete meses do ano. Esta taxa, embora pequena, reverteu a variação negativa que vinha sendo detectada desde abril para a pecuária. A projeção é que para o ano, o PIB do setor alcance R$ 45,09 bilhões contra os R$ 44,86 bilhões do ano passado.
Já o PIB global do agronegócio brasileiro registrou aumento de 3,33% de janeiro a julho passado, o que deve permitir um acréscimo de R$ 11,5 bilhões sobre o resultado de 2001, fechando o ano com R$ 356,4 bilhões.