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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre do ano cresceu 0,5% em relação ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB registrou expansão de 3,2%. No ano de 2006, de janeiro a setembro, o PIB acumula crescimento de 2,5%, se comparado ao mesmo período de 2005. No acumulado de 12 meses (outubro de 2005 a setembro deste ano), o PIB teve expansão de 2,3%.
A agropecuária foi o setor com maior crescimento, por conta sobretudo do bom desempenho da safra de café, colhida nesta época do ano. Os dados do PIB do terceiro trimestre mostram um crescimento de 1,1% na agropecuária ante o segundo trimestre e de 7,8% ante igual trimestre do ano passado.
Segundo a gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho da safra de café sempre influencia muito o PIB agropecuário no terceiro trimestre e a produção dessa cultura cresceu 22% na safra 2006 ante a safra anterior. Além disso, afirmou, a cana-de-açúcar, que tem 50% da safra colhida no terceiro trimestre, também está elevando a produção, em 8%, na safra 2006.
Indústria e serviços
O resultado do terceiro trimestre só não foi maior por conta dos setores de serviços e indústria, que avançaram apenas 0,4% e 0,6%, respectivamente. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o maior crescimento entre os setores ocorreu também na agropecuária (7,8%) seguida da indústria (3%) e dos serviços (2,2%).
Entre as atividades industriais, a construção civil foi o destaque como impacto positivo no crescimento de 3% do PIB. Segundo Rebeca, a construção registrou aumento de 5,5% no período. Ela atribui o aumento especialmente à expansão dos financiamentos na área de habitação – houve um aumento nominal de 25% nos recursos voltados para financiamento de habitação no terceiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado. Ela atribui o bom desempenho da construção também à queda dos juros nominais e ao ano eleitoral, que sempre resulta em aumento do número de obras.
Já no setor de serviços, os principais impactos de alta foram dados por comércio (3,4%, incluindo atacado e varejo); instituições financeiras (3,1%) e transportes (2,7%). A única atividade do setor a registrar queda no PIB do terceiro trimestre ante igual período do ano passado foi comunicações (-0,7%), relacionada ao fraco desempenho da telefonia fixa.
De acordo com o IBGE, a formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos produtivos do país, subiu 2,5% sobre o segundo trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão foi de 6,3%. O crescimento se deve principalmente ao câmbio, que favoreceu a importação de bens de capital (máquinas).
Consumo
O crescimento do consumo das famílias no PIB do terceiro trimestre foi alavancado pelo crescimento da massa salarial (aumento de 4,6% no terceiro trimestre ante igual período do ano passado) e do aumento do crédito às pessoas físicas, observou a gerente do IBGE.
O consumo das famílias cresceu 0,5% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, a 13.ª variação positiva consecutiva nessa base de comparação. O crescimento desacelerou em relação ao registrado no segundo trimestre deste ano (1,2%) nessa base de comparação.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias subiu 3,4%. Também nessa base de comparação houve desaceleração em relação ao dado apurado no segundo trimestre (4,0%), mas foi o 12º crescimento consecutivo.
Para cumprir meta teria que crescer 5,2%
Rio (AE) – Para o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescer 3,2% em 2006, segundo a última previsão do governo embutida na revisão do Orçamento, a expansão no quarto trimestre em relação a igual trimestre do ano passado, terá que ser de 5,2%, segundo os cálculos apresentados hoje pela gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Pallis.
O último aumento trimestral do PIB nessa base de comparação, acima de 5%, ocorreu no terceiro trimestre de 2004 (5,9% ante o quarto trimestre de 2003). Em quarto trimestre, o maior crescimento registrado mais recentemente ocorreu também em 2004 (4,7%), um ano de expansão mais forte da economia do País.
Ainda segundo as contas do IBGE, para um crescimento do PIB de 3% em 2006, a expansão no quarto trimestre ante igual período de 2005 tem que ser de 4,4%. Caso o desempenho do quarto trimestre deste ano fique inalterado em relação ao dado do terceiro trimestre divulgado hoje (aumento de 3,2% ante igual trimestre do ano passado), apresentando o mesmo resultado, o PIB de 2006 crescerá 2,7%.
Revisão
Além dos dados do PIB do terceiro trimestre, o IBGE divulgou ontem também uma pequena revisão no dado relativo ao PIB do segundo trimestre, ante o primeiro trimestre, de 0,5% divulgado anteriormente para 0,4%. Segundo os técnicos da instituição, a revisão reflete a introdução de novos dados na série com ajuste sazonal.