A Polícia Federal (PF) prendeu hoje, na região de Sorocaba, 32 pessoas acusadas de envolvimento em fraudes na concessão de aposentadorias e no pagamento de benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os presos na chamada Operação Zepelim, estão sete funcionários públicos, incluindo um gerente executivo do INSS, e quatro advogados. O esquema causou prejuízos de R$ 5 milhões à Previdência Social.
A organização criminosa teria beneficiado cerca de 400 pessoas com a concessão fraudulenta de aposentadorias. Em alguns casos, o grupo cobrava propina de R$ 1,5 mil a R$ 9 mil apenas para agilizar a liberação do pagamento de benefícios. Foram identificados benefícios pagos em valor superior a R$ 130 mil. Funcionários e advogados também criavam vínculos falsos para beneficiários, cobrando R$ 3 mil por “cliente”. Parte do valor destinava-se ao intermediário que fazia a captação da clientela. Alguns funcionários chegavam a um ganho mensal de R$ 50 mil.
A PF, que investigava o esquema há mais de um ano, obteve autorização judicial para fazer escutas telefônicas. A operação contou com 250 policiais federais para o cumprimento de 33 mandados de prisão e 43 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal de Sorocaba. A ação se estendeu aos municípios de Itu, Salto de Pirapora, Araçoiaba da Serra e Porto Feliz, sendo que a maioria dos envolvidos mora em Sorocaba.
Fraude na energia
Quando investigavam o esquema contra o INSS, os policiais descobriram outra fraude, desta vez contra a concessionária de energia elétrica CPFL. Uma quadrilha tinha se especializado em adulterar medidores de energia para reduzir a conta de grandes consumidores em troca de propina. Alguns fraudadores da Previdência também participavam desse esquema. Através de adulteração nos medidores, eles reduziam em até 60% a conta de energia elétrica, embolsando 30% da diferença. Pelo menos 40 empresas se beneficiaram da fraude e serão investigadas. Segundo a PF, o prejuízo à concessionária pode chegar a R$ 2 milhões – os crimes lesaram os cofres da União em cerca de R$ 1 milhão, valor correspondente aos tributos.