A Polícia Federal abriu inquérito contra o empresário Pedro Grendene Bartelle, sócio da Grendene, uma das maiores fabricantes de calçados do País, para apurar suposto crime de evasão de divisas. A investigação é um desdobramento da Operação Porto Europa – esquema de fraude e subfaturamento de importações cujo alvo maior é a mulher dele, a empresária Tânia Bulhões.

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Contra a ofensiva da PF se insurgiu o advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Lula, que defende Grendene. O criminalista ingressou com habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) pleiteando o trancamento do inquérito. O desembargador Henrique Herkenhoff, relator do habeas corpus, se manifestou favorável ao pedido da defesa. Um juiz que atua na 2.ª Turma votou pelo indeferimento da medida.

O ponto de partida da apuração contra Grendene foi a documentação apreendida pela Porto Europa em um cofre oculto na suíte do casal. Os papéis indicavam números de contas bancárias mantidas pelo empresário no exterior. A Procuradoria da República em São Paulo encaminhou o material para a Receita. Auditores do Tesouro abriram procedimento de análise, chamado verificação de resultados, por meio do qual confrontam os valores lançados naquelas contas correntes com os declarados por Grendene ao Fisco.

O objetivo é verificar a legalidade das movimentações financeiras do empresário e eventual relação com o esquema que levou a mulher dele ao banco dos réus – Tânia responde a ação penal perante a 6.ª Vara Federal Criminal em São Paulo pelos crimes de fraude a importações, evasão de divisas, falsidade ideológica, fraude cambial e quadrilha organizada transnacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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