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O pequeno município de Sousa, no sertão da Paraíba, a cerca de 400 quilômetros de João Pessoa, vive a expectativa de ter seu desenvolvimento impulsionado pelo petróleo. Em função de descobertas acidentais de indícios de óleo por agricultores que furavam poços à procura de água, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) contratou uma empresa para realizar estudos de geoquímica orgânica na região para avaliar o potencial petrolífero da área. O levantamento, segundo o superintendente de licitações da ANP, Milton Franke, deverá começar em um mês e, se o potencial da cidade for confirmado, ela poderá ser incluída nas licitações da agência a partir do ano que vem.

Rio ( AG) – Tudo começou em outubro de 2001, quando o agricultor Crisogônio Estrela, proprietário do sítio Sagui, na zona rural do município, perfurou um poço de 35 metros de profundidade e encontrou um líquido viscoso e escuro em vez de água. O agricultor achou estranho e levou uma amostra do líquido para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM), em Campina Grande, que constatou que era realmente petróleo.

A partir de então, alguns outros proprietários rurais também levaram pequenas quantidades de óleo encontradas em poços à CDRM, que as encaminhou à ANP. O superintendente de licitações do órgão regulador explicou que, após as evidências de existência de hidrocarbonetos na região, a agência abriu licitação para a contratação da empresa que fará os estudos de geoquímica orgânica, vencida pela MRM Assessoria em Petróleo e Ambiental.

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O superintendente da ANP lembra, no entanto, que os proprietários da terra não poderão realizar a exploração da área.

"O petróleo só pode ser produzido por uma empresa que tenha uma concessão que deve ser obtida por meio de uma licitação", ressaltou.

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De acordo com a Lei do Petróleo (Lei 9.478/97), o proprietário da terra tem direito a uma participação em dinheiro correspondente a um percentual de 0,5% a 1% da produção do petróleo ou gás da área, a ser definido pela agência em cada caso. A quantia é paga pela empresa detentora da concessão.

O diretor-presidente da CDRM, Aderaldo Ferreira, diz que a expectativa dos moradores da região é grande. Ele lembra que, além da participação que é paga aos proprietários das terras, há os royalties que vão para o município produtor. A pecuária e a cultura do algodão são as principais atividades econômicas do município e o petróleo poderia trazer muito desenvolvimento para a região, que é muito pobre.

"Mesmo que o petróleo não seja do dono da terra, ele vai ganhar muito mais do que atualmente com a pecuária ou a agricultura que tem lá", contou.

O munípio de 60 mil habitantes fica na Bacia do Rio do Peixe, uma bacia sedimentar de pequeno porte, cerca de 1,4 mil quilômetros quadrados. Na região, há também um sítio arqueológico conhecido como Vale dos Dinossauros.

BR Petrobras anuncia lucro

A BR, subsidiária da Petrobras na distribuição de combustíveis, anunciou ontem que teve um lucro líquido de R$ 525 milhões até novembro de 2004, em decorrência do aumento de 14,3% em suas vendas. O crescimento foi mais que o dobro do mercado de combustíveis, que fechou o ano com aumento de 6,5% em relação a 2003.

O percentual de crescimento pode ser ainda maior, já que os números não contabilizam a incorporação dos postos da Agip, adquirida pela BR em agosto. Com a aquisição da marca italiana, a companhia ganha 2,8 pontos percentuais em participação no mercado além do 1,3 ponto que conquistou de outras distribuidoras no ano passado, atingindo os atuais 35,6% de participação. Apesar do aumento, pelo menos 400 postos deixaram a marca BR no ano que passou, informou o presidente da BR, Rodolfo Landim.