Petróleo dispara e pressiona inflação global

A escalada das cotações do petróleo parece não ter fim. Nesta terça-feira (23), os contratos futuros para entrega em maio fecharam pela primeira vez acima de US$ 119 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês). A disparada dos preços – que chega a 24% apenas em 2008 e a quase 70% nos últimos 12 meses – pressiona a inflação global e traz de volta o debate sobre uma eventual estagflação nos Estados Unidos. Esse processo é caracterizado por baixo crescimento e preços com tendência ascendente.

?(O petróleo) apagou qualquer possibilidade de recuperação econômica (nos EUA), pois, a partir de um certo momento, o consumidor terá de parar de gastar?, disse Angel Mata, diretor-gerente da Stifel Nicolaus Capital Markets, em Baltimore. As bolsas americanas caíram ontem principalmente por causa da commodity. O Índice Dow Jones perdeu 0,82% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 1,29%.

Segundo analistas, há razões pontuais e estruturais que explicam a alta do petróleo nos últimos dias. Entre os pontuais estão distúrbios nas instalações da Shell na Nigéria, uma possível greve em uma refinaria na Escócia, a desvalorização do dólar ante o euro, além de informações segundo as quais a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reluta em elevar a produção. Estruturalmente, destacam-se as pesadas compras feitas pela China, em especial nas últimas semanas. ?Não parece haver nada no horizonte que faça as pessoas quererem sair do ouro negro?, afirmou George Gero, vice-presidente de futuros globais da corretora RBC Capital Markets, em Nova York.

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