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Foto: Arquivo
Produção de petróleo no Brasil
é limitada.

Brasília (AE) – O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPT), Fernando Leite Siqueira, disse ontem que permitir a exportação do petróleo brasileiro é ?um crime contra a soberania, contra a existência do Brasil como País soberano?. Ao participar de um dos painéis da Conferência Internacional dos Biocombustíveis, em Brasília, ele lembrou que as reservas brasileiras de petróleo somam 14 milhões de barris e que as estimativas indicam que o volume pode chegar a 20 milhões de barris.

?Nesse ritmo, em menos de 20 anos o petróleo brasileiro vai acabar. Em cerca de 10 anos, se o Brasil não crescer, a curva de produção vai passar para o ponto máximo e o País voltará a ser importador?, comentou.

Para Siqueira, ao permitir a exportação de petróleo, o governo brasileiro ?abre mão de um bem? e terá que importar o barril por preços superiores a US$ 100. As projeções divulgadas por ele indicam que o petróleo pode ser comercializado a US$ 100 por barril em 2010, cotação classificada pelo executivo como ?muito provável?.

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?Se o governo brasileiro tivesse uma visão estratégica, ele estaria, nesse momento, procurando alongar ao máximo a existência do petróleo nacional e investir pesadamente nas empresas nacionais para produção de energia alternativa para substituir o petróleo?, disse.

Soja

Mesmo sugerindo ao governo que incentive a produção de energias alternativas, Siqueira criticou o ?cartel internacional da soja?. O produto é uma das matérias-primas que podem ser usadas na fabricação de biodiesel. ?Esse cartel tenta dominar o território brasileiro. Nós podemos ter o grave problema da monocultura predatória em detrimento da produção de alimentos para a população brasileira?, afirmou.

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Ele disse que não é ideal transformar o Brasil em um ?canteiro único da soja?. E defendeu o ingresso de capital estrangeiro no País, mas de forma ?disciplinada?. Siqueira contou que os europeus estão desembarcando no Brasil para comprar terras para cultivo de cana-de-açúcar. ?Se o produtor brasileiro não tiver apoio ou reserva de mercado, ele não terá a menor chance de concorrer?, completou.