Os contratos futuros do petróleo fecharam em nível recorde nesta quinta-feira (18) e continuaram subindo após o pregão, enquanto o dólar se desvalorizava e as tensões entre a Turquia e o Iraque mantinham o nervosismo do mercado. É o quarto recorde em fechamento em cinco sessões.
O enfraquecimento do dólar desencadeou novas compras pelos operadores que usam o petróleo para fazer hedge (proteção) contra perdas na moeda, prevendo que os futuros do petróleo vão subir porque o dólar desvalorizado torna o petróleo mais barato em outras moedas. O euro atingiu o recorde de alta de US$ 1,4311 e o dólar também caiu em relação ao iene.
Os que fazem hedge para a moeda entraram há relativamente pouco tempo no frenesi de compra que tem caracterizado a impressionante alta de 13% do petróleo desde 9 de outubro, quando a Turquia indicou pela primeira vez que poderia adotar uma postura mais agressiva em relação ao Iraque. Os operadores de câmbio estavam em larga medida ausentes dos fluxos de dinheiro novo que inundaram o mercado na semana passada, segundo Peter Beutel, presidente da empresa de gestão de risco de energia Cameron Hanover.
O rali da última semana foi provocado pelas declarações turcas indicando que o país poderá atacar os rebeldes curdos baseados no norte do Iraque e que lutam pela autonomia do Sul da Turquia. Ontem, o Parlamento turco autorizou uma incursão militar, mas as autoridades turcas têm ressaltado que o ataque não é iminente.
Os operadores de petróleo estão preocupados com o que poderá acontecer ao oleoduto de Kirkuk, que liga o Norte do Iraque ao porto turco de Ceyhan. A segurança na parte iraquiana do oleoduto foi reforçada, disseram autoridades iraquianas e curdas esta semana.
Alguns analistas apontam a contínua compra como reação à tensão entre os dois países, mas outros afirmam que o fluxo do petróleo não será afetado e duvidam da influência do conflito sobre o mercado. "Mesmo que a Turquia cruze a fronteira com uma incursão massiva, não acredito que este seria um motivo para mover o mercado", disse Eric Wittenauer, analista da A.G. Edwards em St. Louis. A menos que haja sinais de recessão nos EUA, o petróleo continuará subindo, mesmo até US$ 100 o barril, disse Beutel. "100 é só mais um número", acrescentou.
O contrato de novembro do petróleo vence na segunda-feira, o que significa que os operadores também compraram mais por causa "do nervosismo pré-vencimento", disse Tony Rosado, da IAG Energy Brokers, em Fort Lauderdale, Flórida.
O óleo para calefação para novembro fechou em alta de 1,3%, no recorde de US$ 2,35959 o galão. A gasolina Rbob para novembro subiu 1,8%, para US$ 2,1851 o galão. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo leve para novembro fechou em alta 2,37% em US$ 89,47 o barril. O petróleo do Brent para dezembro também fechou no recorde de US$ 84,60, em alta de 1,77%. As informações são da agência Dow Jones.
