No mesmo compasso do movimento nacional, cerca de 200 trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, pararam, ontem, suas atividades antes do início do primeiro turno.
A paralisação durou oito horas e, segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC), Silvaney Bernardi, houve adesão de 95% dos funcionários de produção e manutenção, e 30% do administrativo.
“A parada foi considerada positiva pela categoria, principalmente, para demonstrar nosso poder de mobilização, no caso das negociações não avançarem”, afirmou Bernardi.
Na pauta de reivindicações da categoria está o reajuste salarial de 10% (5% de reposição e 5% de aumento real). “A Petrobras já apresentou uma contraproposta bem aquém disso, oferecendo 5% de reposição e um reajuste de 2% apenas para a remuneração mínima e, não, para o salário integral”, explicou o presidente do Sindipetro PR/SC.
O congelamento no valor de benefícios como o vale-creche, vale-educação e diárias de viagens é outro ponto requerido pelos funcionários. Na avaliação do sindicato, a empresa privilegia os salários mais altos em detrimento dos que recebem menos.
Em nota, a refinaria da Petrobras em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, afirmou que o movimento dos petroleiros não afetou nem a produção nem as operações da empresa.
A companhia também se disse favorável a manutenção de um canal aberto de negociação com os representantes dos funcionários durante a campanha salarial referente ao Acordo Coletivo, cuja data-base é primeiro de setembro.
Terceiros
Apesar da parada na Repar ter sido motivada pelas negociações dos colaboradores concursados (Movimento Pró-Petrobras), a mobilização também chamou a atenção para a situação dos funcionários terceirizados que, hoje, representam dois terços do total de trabalhadores da Repar.
“Queremos que seja criado um fundo para garantir o pagamento dos trabalhadores, no caso das empreiteiras não cumprirem os acertos”, explica Bernardi.
A contratação de mais 300 funcionários, incremento no Programa Jovem Universitário (reembolso de parte das mensalidades dos trabalhadores matriculados em universidades particulares) e mudanças estruturais na área de segurança, saúde e meio ambiente também foram pontos levantados pelo Sindipetro durante o protesto.
No país
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a paralisação foi uma ação de advertência. Além da Repar, ficaram parados por oito horas os trabalhadores das refinarias e terminais do Sistema Petrobras dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Ainda conforme a FUP, no âmbito nacional, a paralisação teve adesão média de 80% dos trabalhadores.