O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 18, a venda de mais um ativo, dentro do seu plano de desinvestimento, que tem como objetivo a geração de caixa para o pesado orçamento da estatal, que prevê desembolsos de US$ 220,6 bilhões até 2018. A fatia de 40% da estatal na distribuidora estatal mineira de gás Gasmig será repassada à Gas Natural Fenosa, controladora da distribuidora fluminense CEG, por R$ 600 milhões.
Ao todo, a Petrobras planeja vender ativos no valor total de US$ 11 bilhões, de 2014 a 2018. Com o compromisso de produzir sozinha em quatro novos campos na Bacia de Santos, a companhia assumiu, apenas neste ano, investimentos adicionais de US$ 50,7 bilhões até 2017.
A Gasmig é controlada pela mineira Cemig, distribuidora de energia elétrica estatal, que tem 59,57% das ações da empresa de gás. Com a conclusão do acordo com a Petrobras, o governo de Minas Gerais amplia a sua participação na indústria fluminense de energia. A Gas Natural Fenosa, nova sócia da Gasmig, possui um projeto de interligação da rede de transporte dos dois Estados, o que irá permitir a exploração conjunta dos mercados do Rio e de Minas. Além disso, a Cemig controla a distribuidora fluminense de energia elétrica Light. Energia elétrica e gás natural são duas fontes complementares. Por isso, o controle dos dois mercados garante à Cemig uma participação relevante no mercado de energia do Rio.
O plano de negócios da Gasmig prevê, além da expansão natural da rede atual de distribuição, com ênfase no segmento residencial e comercial, a construção de um gasoduto de distribuição de cerca de 500 km até Uberaba, para atender à demanda do mercado do Triângulo Mineiro e da região Centro-Oeste de Minas Gerais e ao suprimento de 1,25 milhão de metros cúbicos por dia da futura unidade de fertilizantes da Petrobras naquele município. A Petrobras é a fornecedora do gás à distribuidora mineira, por meio de contratos de longo prazo. E, como informou em fato relevante ao mercado, a transação não terá impacto sobre esses contratos.
A venda da Gasmig significa uma mudança de rota na estratégia da estatal do petróleo. Até então, São Paulo era o único grande mercado onde a empresa não possuía participação acionária na distribuidora local. Com dificuldades na produção de gás e com a descoberta do pré-sal, o negócio de varejo do combustível perdeu importância.
A conclusão da venda ainda está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à anuência do poder concedente estadual.