A Petrobrás anunciou nesta sexta-feira, 29, que seu Conselho de Administração aprovou a venda de participação no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás, por um preço base de US$ 2,5 bilhões.
No bloco, está o prospecto exploratório de Carcará, no pré-sal, uma das grandes descobertas de petróleo no mundo nos últimos anos. A Petrobrás informou anteriormente que testes comprovaram alta produtividade na área.
A negociação está dentro do plano de desinvestimentos da estatal, que busca vender ativos para fazer frente a uma enorme dívida, diante de um cenário de fracos preços do petróleo.
A Petrobrás informou que a primeira parcela do valor negociado, correspondente a 50% do preço total (US$ 1,25 bilhão), será paga no fechamento da operação pela subsidiária brasileira da norueguesa Statoil. O restante do valor, acrescentou a empresa, será pago através de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes como, por exemplo, a celebração do Acordo de Individualização da Produção (unitização).
“Esta operação faz parte da política de gestão de portfólio da Petrobras, que prioriza investimentos em ativos com maior potencial de geração de caixa no curto prazo e com maior possibilidade de otimização de capital e de ganhos de escala, devido à padronização de projetos de desenvolvimento da produção”, informou a estatal petroleira, no comunicado.
A Petrobras e a Statoil já possuem acordos de cooperação com foco em desenvolvimento tecnológico na área de E&P offshore e, conforme consta no comunicado, as empresas negociam um memorando de entendimento, no qual outras iniciativas de cooperação estratégia serão avaliadas, com o objetivo de uma atuação de longo prazo.
Segundo a Statoil, a concessão do bloco BM-S-8 abrange uma parte substancial do campo de Carcará. A companhia estima que haja na região volumes recuperáveis de 700 milhões a 1,3 bilhão de barris de óleo equivalente (BOE). O BM-S-8 está localizado na Bacia de Santos e é atualmente operado pela Petrobrás, que detém 66%, em parceria com a Petrogal Brasil S.A. 14%, Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A, 10%, e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás LTDA, 10%.
A venda da participação de 66% detida pela Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás irá significar uma menor pressão para os investimentos da companhia no médio prazo, mas uma entrada de recursos no curto, o que vai ao encontro da necessidade da empresa neste momento. A avaliação foi feita há pouco pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, em coletiva de imprensa em São Paulo.
Segundo a diretora , a venda da participação da Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás não irá representar um impacto nas reservas da companhia, ou em sua produção, visto que o bloco ainda não estava operacional e não existem reservas associadas a esse ativo.
Além disso, segundo ela, a venda não compromete o fluxo de caixa da companhia. “Nossa estratégia prioriza uma forte geração de caixa no curto prazo e que não pressione mais a nossa alavancagem financeira”, disse a executiva em entrevista coletiva nesta manhã. A decisão, assim, é ter uma visão mais integrada, para desalavancar a empresa e ter sustentabilidade no longo prazo.
“Esse era um ativo em fase exploratória e tem essa característica de pressionar muito o nosso fluxo de caixa no curto prazo, por uma demanda de capital. A descoberta demanda elevados investimentos, forçando a alavancagem da companhia, para um retorno de investimento que vai acontecer apenas na próxima década”, explicou./COM INFORMAÇÕES REUTERS