O orçamento da Petrobras deste ano será de R$ 75,6 bilhões, 9% menor do que o de 2015, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sancionada pela presidente Dilma Rousseff há uma semana.
O documento traz algumas mudanças de rota na estratégia da empresa. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) será retomado, exigindo investimento de R$ 6,7 bilhões, enquanto aportes na construção de navios e na BR Distribuidora serão cortados.
O programa de construção de navios da subsidiária de logística Transpetro foi praticamente engavetado, sem previsão de construção de novos navios. O mesmo acontece com a BR, incluída na lista de ativos à venda da companhia. Para a distribuidora, só foi reservado dinheiro para manutenção.
No Comperj, o principal investimento será na instalação dos dutos que vão levar o gás natural produzido no pré-sal até a refinaria, para ser usado como matéria-prima. Apenas neste projeto serão gastos R$ 3,7 bilhões. Na retomada das obras da refinaria, propriamente, serão investidos mais R$ 2,55 bilhões. E há ainda orçamento de R$ 465,2 milhões para a instalação de outros dutos.
Para isso, a Petrobras conta com o dinheiro de sócios. Documento do Ministério do Planejamento, de julho do ano passado, que altera a LDO de 2015, traz posição da Petrobras sobre a busca de parceiros. Segundo o texto, “a companhia está estruturando um modelo de negócios, que inclui parcerias para a conclusão do empreendimento (Comperj)”. Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de informação em tempo real, informaram que o mais provável é que o acordo seja firmado com parceiros chineses no início deste ano.
Já na Transpetro, que pelos planos originais do governo deveria liderar o desenvolvimento da indústria naval e a geração de empregos, o orçamento foi cortado quase pela metade. O investimento na subsidiária passou de R$ 2,36 bilhões, em 2015, para R$ 1,34 bilhão, neste ano, segundo a LDO.
O plano não prevê a contratação de novos navios. A Transpetro vai se ater a pagar R$ 880,5 milhões por seis navios já recebidos. O restante do orçamento será usado na manutenção da infraestrutura existente. O orçamento para a construção de embarcações pela subsidiária na Holanda, porém, deu um salto de 57%, indo para R$ 10,7 bilhões, em 2016. Apenas o projeto de construção de seis navios plataformas vai receber R$ 4,64 bilhões. Eles não faziam parte do orçamento porque a ideia era vender todas as unidades, inclusive as em operação, para depois afretar, mas o plano não deu certo.