A desvalorização do petróleo, e consequente impacto nos preços dos derivados, deve contribuir para que o mês de agosto seja o melhor mês deste ano para a Petrobras. Ao menos no que diz respeito à defasagem de preços entre o valor pago pela estatal nas operações de importação de combustíveis e o preço cobrado por ela nas vendas ao mercado doméstico.
De acordo com estudo da GO Associados, a diferença entre os preços do diesel deve ficar em apenas 4%, repetindo o número de julho. No caso da gasolina, o spread esperado é de 11%, dois pontos porcentuais abaixo de julho, mês que já havia se caracterizado como o mais favorável do ano para a estatal.
O levantamento mensal elaborado pela consultoria aponta que a diferença de 4% entre o valor do diesel importado e o preço doméstico equivale a um terço do spread de 12% registrado no mês de janeiro deste ano. No mês seguinte, a diferença chegou a 14% e, desde então, a trajetória é de queda.
No caso da gasolina, a diferença entre o preço de realização na costa do Golfo nos Estados Unidos e o valor cobrado pela estatal no Brasil apresenta variação menos significativa na comparação com o início do ano. O indicador ficou em 14% em janeiro, subiu para 18% em fevereiro, março e junho, e voltou a cair nos meses seguintes, até chegar à projeção de 11% neste mês. Ainda assim, este é o nível mais baixo do spread na gasolina desde novembro de 2013.
O material elaborado pelo economista Fabio Silveira aponta que o preço de realização da gasolina na costa do Golfo norte-americano deve cair 2,2% em agosto, na comparação com o mês anterior, influenciado pela retração de 5,5% no preço internacional do petróleo do tipo WTI. A variação é mais do que suficiente para compensar a de 2% projetada para o real no período. “Desse modo, neste mês, calcula-se que o preço doméstico de realização da gasolina fique 11% abaixo do preço internacional, situando-se em R$ 1,39 / litro”, mostra a GO.