O primeiro semestre de 2011, período no qual a Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 21,928 bilhões para o intervalo dos seis primeiros meses do ano, também marcou uma geração de fluxo de caixa líquido de R$ 27,172 bilhões.
O resultado representa um incremento de 18% em relação ao acumulado do primeiro semestre de 2010. A geração de fluxo de caixa líquida no segundo trimestre de 2011 totalizou R$ 14,248 bilhões, com expansão de 10% ante o mesmo intervalo do ano passado.
O crescimento, segundo a Petrobras, foi influenciado pelo aumento das vendas e preços do petróleo, efeitos que também tiveram relevância nos dados semestrais.
Câmbio
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que boa parte do ganho financeiro de R$ 2,8 bilhões da empresa no segundo trimestre se deu graças ao impacto cambial, com a desvalorização do dólar e valorização do real.
Inicialmente, Barbassa afirmou que quase todo o valor se devia a impacto cambial, mas depois informou que o efeito do câmbio respondeu por R$ 1,3 bilhão do total.
Barbassa destacou, em entrevista à imprensa, que espera que a queda no preço do barril de petróleo que vem sendo verificada ultimamente represente uma tendência.
Para ele, a estimativa é de que as curvas de preços do mercado internacional e doméstico se igualem com a queda no valor do barril e a manutenção dos preços praticados pela estatal.
Segundo Barbassa, a falta de reajuste dos principais combustíveis (gasolina e diesel) provocou um descolamento das curvas de derivados. “Houve afastamento maior, mas a curva parece que está tendendo a se igualar, com o preço caindo no mercado americano, e porque não houve neste espaço de tempo para um reajuste de preços dos principais derivados (gasolina e diesel). Parece que a volatilidade diminuiu mas vamos ver para onde vai esta curva.”, comentou.
Para Barbassa, o País ficou também em desvantagem no segundo trimestre porque houve um aumento na diferença de preços entre o petróleo produzido aqui e o Brent.
“A diferença existe porque o petróleo brasileiro é mais pesado, no final do quarto trimestre do ano passado estava em torno de US$ 4 e agora está em US$ 8, com o barril de petróleo nacional sendo exportado por US$ 109 ante uma média do Brent de US$ 117”.
Barbassa também destacou que com a alta do preço internacional do barril no mercado ao longo do primeiro semestre de 2011, houve também maior pressão sobre os custos de extração. “O preço internacional mais alto estimula a indústria a elevar preços dos bens que compramos para fazer o desenvolvimento da produção de petróleo”, disse.
O custo de extração encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 20,93 por barril. com participações governamentais este valor chega a R$ 55,14, ante R$ 19 e R$ 50,66 respectivamente no primeiro trimestre.