O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reiterou nesta quarta-feira (20) que a estatal não vai abrir mão do fornecimento pleno do gás natural previsto no contrato assinado com a Bolívia. "Não podemos abrir mão de gás para o mercado brasileiro, que está no limite da possibilidade do uso do gás natural.", disse Gabrielli ao chegar ao Itamaraty para participar de fórum sobre mudanças climáticas.
Na semana passada, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Linera, sinalizou que a Bolívia poderia fornecer ao Brasil volume inferiores aos 30 milhões de metros cúbicos diários de gás para poder abastecer a Argentina, principalmente no inverno. Apesar da posição oficial do governo brasileiro ser a de não abrir mão do gás boliviano, autoridades já disseram que pretendem discutir outros meios para ajudar a Argentina a suprir seu déficit energético.
A questão da divisão do gás boliviano será a principal pauta da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente boliviano Evo Morales e a presidente da Argentina Cristina Kirchner este sábado (dia 23) em Buenos Aires. Gabrielli disse que a Petrobras vai estudar o que pode ser feito para ajudar a Argentina.
Cuba
Com relação à renúncia do presidente de Cuba, Fidel Castro, Gabrielli disse que o fato não afeta os interesses da Petrobras no país caribenho. "Não tem porque mudar. O estado cubano vai continuar e não há necessidade de mudanças para os nossos interesses em Cuba", disse Gabrielli lembrando que a Petrobras analisa projetos na área de refino e tem interesse na prospecção de águas profundas em Cuba.