A Petrobras informou nesta sexta-feira (17) que reduziu suas metas de produção internacional de petróleo depois de a Venezuela ter renegociado os contratos com petrolíferas estrangeiras e de a companhia ter alterado sua estratégia de crescimento. A empresa brasileira espera agora produzir 698 mil barris de óleo equivalente por dia em suas operações internacionais de petróleo e gás em 2015, 32% a menos que a previsão feita antes para o mesmo ano.
A companhia decidiu excluir da estimativa o valor referente à Venezuela porque espera ser paga em dividendos em vez de petróleo no futuro. "O formato dos contratos mudou na Venezuela. Ainda temos produção naquele país, mas nossa perspectiva para o futuro baseia-se em dividendos em vez da produção", disse o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli.
A Venezuela obrigou no ano passado as petrolíferas estrangeiras que operavam 32 campos de petróleo sob contrato a fazerem parcerias com a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) nas quais a estatal venezuelana tem uma fatia de pelo menos 60%. Como resultado disso, a produção de petróleo da Petrobras no país caiu de 42 mil para cerca de 17 mil barris por dia.
Gabrielli acrescentou que a preferência da empresa brasileira pelo crescimento orgânico em relação às aquisições a levaram a reduzir suas previsões de substituição de reservas baseadas em compras. A Petrobras hoje planeja "substituir suas reservas por meio da exploração bem sucedida", disse Gabrielli. "Não estamos considerando as aquisições" como o canal principal de substituição de reservas, disse ele. "Nosso crescimento é orgânico." Entretanto, a companhia ainda estudaria aquisições se elas se mostrarem uma boa oportunidade, acrescentou o executivo. As informações são da Dow Jones.