Petrobras reduz importação de gás e pressiona distribuidoras

A Petrobras anunciou a distribuidores e revendedores que vai importar menos gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, este mês. Em reunião realizada em Gramado (RS), executivos da estatal avisaram que vão disponibilizar entre 530 mil e 540 mil toneladas do produto em outubro. O consumo do mês fica em torno de 570 mil e 580 mil toneladas, diz o consultor Edilson Rodrigues. A estatal começa, assim, a forçar as distribuidoras a ir ao mercado externo buscar o produto.

A empresa havia anunciado em agosto que pretendia deixar de importar 30 mil toneladas por mês, cerca de 5% do consumo nacional, em uma tentativa de incentivar as distribuidoras a importar. Quatro das maiores distribuidoras do País têm participação de multinacionais do setor – Agip, Shell e SHV, que controla duas empresas – e teriam condições de trazer produtos. Com o controle nos preços do GLP, a estatal vem tendo prejuízos por não poder repassar as altas do câmbio e do petróleo ao preço interno do produto.

Hoje (30), a Petrobras limitou-se a reafirmar a decisão de reduzir sua participação no fornecimento de GLP no País, com o objetivo de ?assegurar a transição, de forma progressiva, para um modelo de suprimento mais coerente com o atual mercado aberto?.

De acordo com Rodrigues, as empresas haviam solicitado 622 mil toneladas para o mês de outubro, quase 100 mil toneladas a mais que o volume oferecido pela Petrobras. A revenda está preocupada com a manutenção do abastecimento no mercado brasileiro, uma vez que as distribuidoras ainda não se movimentaram para fazer suas próprias importações.

O diretor do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), Lauro Cotta, disse que as empresas foram informadas da redução do fornecimento pela Petrobras. ?Mas acredito que isso não vá acontecer. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Petrobras devem chegar a uma solução para garantir o abastecimento do País?, disse. O Sindigás vai pedir uma reunião com a estatal para discutir a questão. A ANP informou que ainda não recebeu a decisão da Petrobras.

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