O lucro líquido de R$ 7,3 bilhões da Petrobras no terceiro trimestre deste ano seria maior que o do segundo trimestre não fosse pelo acordo que a companhia fez com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para pagar participações especiais atrasadas referentes ao Campo de Marlim. “É um evento que não vai se repetir”, destacou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa. Sem o pagamento referente às participações especiais atrasadas de Marlim, o resultado da companhia no terceiro trimestre teria sido de R$ 8,654 bilhões.
O acordo fechado pela estatal com a ANP foi de R$ 2,1 bilhões, mas o efeito sobre o lucro após o Imposto de Renda é de R$ 1,3 bilhão. “O importante é que temos um resultado crescente da empresa ao longo deste ano”, disse Barbassa, considerando o resultado que teria ocorrido sem a redução de R$ 1,3 bilhão. Ele afirmou também que o resultado no segundo trimestre foi maior que o do primeiro trimestre, quando o lucro líquido ficou em R$ 5,816 bilhões.
O custo de refino da Petrobras aumentou 10% no terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre deste ano, atingindo US$ 3,37 o barril, de acordo com informações do balanço financeiro divulgado hoje pela companhia. Desconsiderando os efeitos da apreciação do real no intervalo, o indicador permaneceu no mesmo patamar do trimestre anterior. No acumulado do ano, o custo de refino no País apresentou uma queda de 14%, ficando em US$ 3,02 o barril. Descontando os efeitos do câmbio, o custo registra um crescimento de 4%, refletindo maiores gastos com pessoal e materiais.
Já o custo de refino internacional da companhia apresenta significativa queda de 41% no terceiro trimestre, ante o segundo, para US$ 3,51 o barril. A Petrobras explicou em seu balanço que isso ocorreu devido a menores custos e aumento da carga processada, devido às paradas ocorridas no segundo trimestre nas refinarias de Pasadena (EUA) e Okinawa (Japão). No acumulado do ano, a redução é de 22%.
Produção
A produção total de óleo e gás da Petrobras atingiu 2,534 milhões de barris por dia no terceiro trimestre deste ano, representando um aumento de 3,98% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Em relação ao segundo trimestre a produção ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,4%.
A produção nacional subiu 4% ante o mesmo período do ano passado, somando 2,213 milhões de barris por dia, enquanto a produção no exterior teve alta de 8%, totalizando 241 mil barris por dia.
Em seu balanço, a Petrobras credita a melhora na produção total nacional ao aumento na produção em algumas plataformas como P-52 e P-54 (Roncador), aliado à entrada em operação das plataforma P-53 (Marlim Leste) e P-51 (Marlim Sul). No exterior a elevação da produção ocorreu em razão do início da produção em julho de 2008 na Nigéria, que mitigou o impacto da redução no Equador, em razão da venda de participação da empresa no bloco 18.