Depois da acusação de falta de transparência na licitação da plataforma PRA-1, feita pela governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse que o consórcio vencedor foi o único que apresentou proposta técnica viável. Além disso, ofereceu o melhor preço, incluindo os custos de serviços adicionais e de seguro.
Anteontem, Rosinha afirmara que a estatal preferiu contratar o consórcio Odebrecht-Ultratec, na Bahia, em vez de contratar o estaleiro Mauá-Jurong, de Niterói (RJ). Por isso, segundo ela, a Petrobras estaria gastando mais R$ 80 milhões.
A licitação de parte da PRA-1 foi cancelada por conta do preço, considerado excessivo pela Petrobras. O menor preço havia sido oferecido pelo estaleiro Mauá-Jurong.
A empresa partiu para negociar com os três concorrentes para baixar o preço. Entretanto, as conversas com o Mauá Jurong não seguiram porque mudanças técnicas apresentadas pelo estaleiro não foram aprovadas pela Petrobras. De acordo com Dutra, cancelamentos de licitações na Petrobras são corriqueiros e permitidos por lei quando os preços ofertados estão acima dos vigentes no mercado.
“Dos 14 contratos que fizemos, sete foram negociados. Destes sete, seis são no Rio de Janeiro”, afirmou Dutra, se referindo aos contratos para a construção de três plataformas e para a reforma de uma outra, assinados anteontem, em cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Equalizando (somando o valor da construção, seguro e serviços adicionais), a proposta da Mauá-Jurong é a maior das três”, afirmou Dutra.
Outro lado
O estaleiro Mauá-Jurong, por meio de carta enviada ao governo do Rio, informou que sua proposta foi R$ 104 milhões inferior ao da proposta vencedora. O texto não informa, porém, se os valores do seguro e de serviços adicionais foram incluídos.