O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quarta-feira (30) que, nas negociações com o governo, a Petrobras pediu reajuste nos preços dos combustíveis em porcentuais superiores aos que foram anunciados nesta tarde. Lobão, porém, não informou o porcentual pedido pela estatal. "A Petrobras, como qualquer empresa, queria mais. Mas acatou a decisão a que chegamos", disse.
Lobão lembrou que, como a Petrobras é uma empresa de capital aberto, a empresa poderia aumentar os preços sem dar satisfação a ninguém. "Mas é o governo que dirige a Petrobras e o governo se preocupa com o bolso do povo", afirmou.
Segundo ele, a atuação do governo nesse episódio foi "uma ingerência benéfica". O ministro afirmou também que a intenção do governo é de manter a Cide sobre os combustíveis com os porcentuais reduzidos. O ministro disse ainda que a gasolina não deve ter um novo aumento neste ano.
Cide
Lobão afirmou que a idéia de reduzir a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para amortecer o impacto do aumento dos combustíveis pela Petrobras foi do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, ao analisar a situação da Petrobras, todos no governo demonstraram preocupação com a inflação e também a necessidade de a estatal fazer frente ao aumento de seus custos. "Discutimos ontem que era preciso apurar direitinho se havia mesmo essa necessidade por parte da Petrobras", disse.
Segundo ele, a Petrobras argumentou que estava há dois anos e meio sem reajuste e que, nesse período, seus custos subiram 100% pois seus fornecedores acompanham o preço do petróleo no mercado mundial. Lobão lembrou que a empresa precisa realizar pesados investimentos nos próximos anos e, para isso, teria que garantir receita. "E temos de fazer isso sem afetar o bolso do povo", disse.