Rio (AE) – A Petrobras divulgou seu novo planejamento estratégico, que prevê investimentos de US$ 87,1 bilhões entre 2006 e 2011, volume 66% superior ao previsto no plano antigo, que ia até 2010. Segundo a estatal, houve grande incremento nos recursos para o setor de gás, que vai receber US$ 22,1 bilhões – incluindo recursos de parceiros – com o objetivo de assegurar o atendimento do mercado. O documento estima que, em 2011, a empresa estará produzindo 3,493 milhões de barris por dia no País, sendo que 2,95 milhões serão extraídos no Brasil.
Em 2015, a produção total deve saltar para 4,556 milhões. A empresa diz que, mantendo as políticas de preços alinhadas ao mercado internacional, vai gerar US$ 86,7 bilhões em caixa no período. Para complementar o orçamento e pagar parte da dívida, pretende buscar no mercado outros US$ 12,6 bilhões. Do total de recursos previstos, US$ 75 bilhões serão aplicados no Brasil e o restante nas atividades internacionais, com destaque para exploração e produção de petróleo na costa oeste da África e no Golfo do México. A área de distribuição de combustíveis teve o maior crescimento de recursos, de 131%.
A empresa informou que vai aplicar US$ 2,2 bilhões neste segmento, com o objetivo de manter a liderança nos mercados onde atua. A área internacional, por sua vez, terá 82% a mais para gastar, com um novo orçamento de US$ 12,1 bilhões até 2010. O setor com mais recursos será o de exploração e produção (US$ 40,7 bilhões), seguido do abastecimento, que cuida das refinarias e petroquímicas (US$ 23,1 bilhões). No segmento de gás e energia, a empresa pretende investir US$ 7,2 bilhões até 2011, volume 56% superior ao previsto anteriormente.
Em maio, a Petrobras lançou um plano de auto-suficiência na produção de gás, para reduzir a dependência brasileira das importações bolivianas. Parte dos recursos da área de exploração e produção também será destinada a esse plano, com investimentos na descoberta e em novas plataformas de gás. No total, o mercado de gás natural vai receber US$ 17,6 bilhões da estatal e mais US$ 4,5 bilhões de parceiros.
Segundo a estatal, o crescimento nos recursos previstos está dividido entre novos projetos (US$ 17,4 bilhões), aumento de custos (US$ 7,8 bilhões) e outros fatores, como variação cambial e mudança de escopos de projetos (US$ 4,2 bilhões).