Diante do forte consumo por gás natural das termelétricas, a Petrobras estima que irá importar entre 58 e 60 cargas de gás natural liquefeito (GNL) em 2013 para o atendimento dessa demanda. “Atingimos recentemente pela primeira vez a condição em que a demanda térmica foi igual a demanda não térmica”, disse o gerente executivo corporativo da diretoria de Gás & Energia da Petrobras, Hugo Repsold, durante o Seminário de Gás Natural promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).

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Na prática, isso sinaliza um crescimento na atividade de trading de GNL da Petrobras. Em 2011, foram 17 cargas de GNL negociadas pela companhia. Com o aumento do despacho térmico, esse número saltou para 56 em 2012. Diante desse cenário, o executivo afirmou que já começa a fazer sentido para a Petrobras passar a firmar contratos de longo prazo de compra de GNL – dada a forte sazonalidade do consumo de gás pelas térmicas, a Petrobras tem optado por adquirir cargas de GNL no mercado spot, cujo preço é mais elevado.

“Começa a fazer sentido (firmar contratos de longo prazo). A cesta de oferta de gás é sempre colocada na balança para identificar qual é o melhor mix de oferta. A Petrobras faz um planejamento anual e semestralmente rediscute essas possibilidades”, argumentou.

O executivo ponderou que a assinatura de contratos de longo prazo deve ser feita com cuidado e de forma gradativa, já que o despacho termelétrico no Brasil depende fortemente da hidrologia.

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Repsold reconheceu que a alta do dólar tem elevado os custos da companhia na compra de GNL no mercado internacional. “Estamos demandando mais reais para comprar as cargas. Isso está na conta”, comentou o executivo, acrescentando que o porte da Petrobras permite lidar com essa questão sem grandes dificuldades.