Rio (AE) – O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse ontem que a empresa terá que ajustar sua política de preços do gás natural, em face da previsão de aumento de custos com os investimentos de US$ 22 bilhões previstos para o setor nos próximos anos. ?Para recuperar os investimentos, os preços terão que ser ajustados à nova realidade?, afirmou o executivo, em palestra durante o 11.º Congresso Brasileiro de Energia, no Rio.
Segundo ele, a atual política de preços foi elaborada com o objetivo de massificar o consumo, em um período em que o gás ainda não tinha a demanda atual. ?Hoje o gasoduto está cheio?, afirmou, referindo-se ao Gasoduto Bolívia-Brasil. Em sua apresentação, Sauer disse que o preço do gás no Brasil, hoje em torno dos US$ 5 por milhão de BTU (unidade térmica britânica), equivale a US$ 30 por barril de petróleo ou 55% do valor de venda de seu principal concorrente, o óleo combustível.
A Petrobras começa a negociar novos contratos com distribuidoras de gás canalizado, cujos contatos antigos já venceram, e vai levar em consideração a nova estrutura de custos. Em entrevista depois da apresentação, porém, Sauer não quis dizer quais seriam os novos preços. ?Com certeza, não serão aqueles US$ 3 por milhão de BTU do Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT)?, limitou-se a dizer. Segundo ele, os novos valores estão sendo calculados pela área técnica da companhia.
A estatal prevê grandes investimentos no aumento da produção do combustível, na ampliação da rede de gasodutos e na importação de gás natural liquefeito, que será outro componente de aumento de custos, uma vez que as cotações internacionais são mais altas do que os valores cobrados no País.