A Petrobrás avalia vender até 30% de sua participação na BR Distribuidora, maior empresa de postos de combustíveis do País, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A petroleira está em conversas avançadas com bancos e investidores financeiros para se desfazer de sua fatia por meio de emissão de ações (operação conhecida como “follow on”), na B3, bolsa paulista. Com o negócio, a estatal reduziria sua participação dos atuais 70% para 40% da companhia, segundo fontes a par do assunto.

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Avaliada em R$ 27,3 bilhões, a participação da Petrobrás na BR Distribuidora equivale a cerca de R$ 20 bilhões pela cotação dessa quarta-feira, 10, na B3. A expectativa é levantar algo em torno de R$ 8 bilhões com a operação. Pelo tamanho da oferta, a empresa está em busca de um investidor para ancorar a compra de ações no mercado. O fundo americano BlackRock foi apontado como um dos potenciais investidores financeiros nesta operação. Ou seja, ele garantiria a compra de uma fatia da oferta de ações da BR Distribuidora.

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Surpresa

Segundo essas fontes, o anúncio da operação ao mercado pode ser feito nas próximas semanas com conclusão do negócio ainda neste semestre. No momento, a estatal está alinhando a modelagem de venda com órgãos reguladores e o Tribunal de Contas da União (TCU) para não ter nenhuma surpresa de última hora. No ano passado, a Justiça suspendeu o processo de venda do gasoduto TAG, que só foi retomado neste ano depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a operação. Mas, como a BR já é listada na bolsa de valores, fontes acreditam que não haverá problema.

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Em dezembro de 2017, a BR Distribuidora protagonizou a maior operação de mercado ao levantar R$ 5 bilhões na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). A operação foi considerada a maior desde 2013, quando o BB Seguridade captou R$ 11 bilhões.

Em alta

Líder em distribuição de combustíveis no País, a BR Distribuidora encerrou o ano passado com receita líquida de R$ 97,7 bilhões, com aumento de 15,6% sobre 2017. O lucro líquido da empresa foi de R$ 3,2 bilhões no mesmo período. Procuradas, Petrobrás, BR Distribuidora e BlackRock não comentaram o assunto.

A venda da participação da Petrobrás na distribuidora de combustível faz parte de um amplo plano de desenvolvimento iniciado ainda sob a gestão do executivo Pedro Parente para reduzir as dívidas da companhia. A meta é se desfazer de cerca de US$ 27 bilhões até 2022.

Neste ano, a estatal deu um importante passo ao concluir a venda da TAG (gasoduto da região Norte e Nordeste) para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões (R$ 33 bilhões pela cotação dessa quarta-feira, 10) – a maior venda da história da Petrobrás, segundo fontes de mercado. A estatal já tinha vendido o gasoduto NTS (da região Sudeste) para um consórcio liderado pela gestora canadense Brookfield por US$ 4,2 bilhões (R$ 16 bilhões).

A petroleira também voltou a colocar à venda a Liquigás – distribuidora de botijões de gás, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. Esse ativo já tinha sido vendido para o grupo Ultra, mas a operação foi barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). À época, o Ultra desembolsou R$ 2,8 bilhões para levar a empresa. Fontes afirmam que, nesse caso, a expectativa é concluir uma venda no terceiro trimestre deste ano.

Há ainda uma lista de ativos que está na cesta de vendas da petroleira. Entre eles, a participação da estatal na Braskem, empresa petroquímica, que tem a Odebrecht como outro importante acionista do negócio. A operação está sendo negociada com a holandesa LyondellBasell e pode ser concluída ainda neste semestre.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.