O gerente executivo da Petrobras para o Cone Sul, Décio Odone, confirmou que a estatal poderá operar mais um campo de produção de gás na Bolívia, mas descartou que esteja sendo negociada uma aquisição. "O que existe é uma pendência jurídica, que vem se arrastando há cerca de dez anos", comentou em entrevista após participar de seminário no Rio.
O campo em questão é o de Itaú, operado nesta segunda-feira (29) pela francesa Total e localizado ao Norte do campo de San Alberto, que é administrado pela Petrobras. Há uma dúvida, segundo Odone, sobre a possibilidade de as reservas geológicas serem as mesmas.
"Se isso ficar comprovado, teremos que fazer um novo contrato. Para isso tem de ser aprovado um termo denominado unitização. Ele determina que, quando se tem duas áreas na superfície que são contíguas, com um reservatório que se estende por mais de um bloco de produção, deve-se encontrar uma maneira de se otimizar isso", explicou, negando os rumores de que a Petrobras estaria comprando os ativos da Total na Bolívia.
Indagado sobre a possibilidade de a estatal voltar a investir na Bolívia, Odone disse que isso é "avaliado dia-a-dia". "Desde que os contratos de exploração e produção dos campos foram normalizados, em maio deste ano, as condições naquele país voltaram a se normalizar. Na medida em que isso acontece, podemos avaliar novos investimentos.
"Dentro dos critérios de economicidade que a Petrobras adota, os investimentos na Bolívia podem voltar a acontecer de novo. Mas repito que não há nada concreto", acrescentou.