O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou nesta quarta-feira (29), durante audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, que a Petrobras está pagando gás importado da Bolívia com um preço sem o reajuste acertado em fevereiro deste ano. O chanceler limitou-se a explicar que "os requerimentos do acordo ainda não foram preenchidos". A Petrobras confirmou a informação e alegou que o acordo, na verdade, era uma carta de intenções e que as negociações ainda não estão concluídas.
O acerto de fevereiro previu que o metano continuaria sujeito aos reajustes trimestrais, com base na variação de uma cesta de óleos combustíveis. Os gases mais nobres transportados da Bolívia para o Brasil junto com o metano seriam separados e passariam a seguir a cotação diária no mercado internacional.
Na época da assinatura do acordo, o governo boliviano calculou que essa mudança na composição do preço do gás significaria uma renda adicional de US$ 100 milhões. Segundo Amorim, esse diferencial de preço é pequeno e perfeitamente "absorvível" pela Petrobras, que elevou sua compra de gás da Bolívia de 24 milhões de metros cúbicos ao dia para um volume próximo a 30 milhões de metros cúbicos.