Rio – A Petrobras foi condenada a pagar R$ 100 milhões em multa pelo vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na época do naufrágio da plataforma P-36, na Bacia de Campos, Rio, em março de 2001. A sentença, ainda em primeira instância, foi proferida pelo juiz federal Fabrício Soares, de Campos, no dia 9 de maio, mas ainda não foi comunicada à empresa. A Petrobras não quis comentar o assunto, mas deve recorrer, segundo a assessoria de imprensa.
A multa aplicada pela Justiça prevê também juros de 1% ao mês desde a ocorrência do acidente, o que acrescenta mais R$ 72 milhões ao valor informado. A ação cível pública, movida pelo Ministério Público em 2002, ressaltava que a Petrobras era reincidente, por já ter sido acusada de provocar danos ambientais em diversas ocasiões anteriores, como no acidente da Baía de Guanabara, no Rio. A ação também lembrou que a mancha de óleo que vazou da P-36 ficou exposta por semanas numa faixa de 140 quilômetros ao longo do litoral fluminense.
O acidente da P-36 foi o segundo maior acidente da história da Petrobras e um dos maiores do setor de petróleo no mundo. Onze funcionários morreram. O mais grave da Petrobras ocorreu na plataforma Enchova 1, também na Bacia de Campos, em 1984, quando morreram 37 funcionários. A P-36 era a maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar do mundo e estava em operação havia apenas dez meses quando naufragou.