Petrobras já admite reajuste no preço da gasolina

O diretor financeiro da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse ontem que os preços dos combustíveis deverão ter um reajuste em breve. “A julgar pelos atuais níveis das cotações internacionais, deve ocorrer um reajuste”, disse. Mas, em seguida, ele ressaltou que isso só vai acontecer quando houver estabilidade na cotação internacional para que se saiba qual o novo patamar do preço do petróleo.

Ele também afirmou que a empresa tem US$ 1,4 bilhão para aquisições e este valor está previsto no plano estratégico da estatal.

Enquanto isso, o preço do combustível continua em queda em Curitiba. No final de semana e ontem, em alguns postos, a gasolina estava sendo vendida abaixo de R$ 1,90 o litro. A concorrência é um dos motivos para a manutenção dos preços baixos.

Petróleo

O preço do petróleo terminou em ligeira alta ontem, impulsionado pela gasolina nos EUA, e também devido a um problema em uma refinaria americana. Em Nova York, o barril do cru leve para entrega em julho subiu US$ 0,17 (+0,44%), para US$ 38,66, após ter caído mais de US$ 4 nas três jornadas anteriores.

O galão da gasolina (3,78 litros) subiu fortemente depois da queda nas últimas semanas, fechando a US$ 1,2014.

De acordo com operadores, houve problemas em uma refinaria da Chevron Texaco. Além disso, uma plataforma petrolífera da Shell, no Golfo do México, ficará fechada mais tempo do que o previsto – o que também contribuiu para pressionar os preços.

Contudo, para os analistas, a tendência atual é de baixa nos preços.

A Arábia Saudita, maior produtor mundial de petróleo, informou que já está produzindo 9,1 milhões de barris por dia e que pode oferecer ainda mais em julho caso os consumidores e os mercados assim desejarem.

De acordo com o reino, não há no momento demanda por petróleo que não seja atendida. A Arábia Saudita tem capacidade para produzir 10,5 milhões de barris de petróleo por dia.

Pressão

O jornal Financial Times destacou em sua edição de ontem as pressões que a brasileira Petrobras sofre dos investidores para aumentar o preço da gasolina no Brasil. O jornal britânico lembra que, diferentemente da maioria das petrolíferas internacionais, a estatal brasileira não reajustou os preços dos combustíveis por conta da forte alta do petróleo nas últimas semanas.

Para o jornal, a Petrobras controla os preços para ajudar o governo a alcançar as metas inflacionárias e acaba afugentando investimentos de potenciais concorrentes no setor.

“A Petrobras não reajusta significativamente o valor da gasolina e do óleo diesel desde abril de 2003, reforçando a impressão generalizada de que está praticando controle de preços a fim de ajudar o governo a alcançar as metas inflacionárias.”

Nas contas do Financial Times, a Petrobras vende gasolina e óleo diesel nas suas refinarias com descontos de 30% e 7%.

O jornal classifica a atuação da Petrobras como praticamente um “monopólio” no País. “As refinarias da Petrobras ainda detêm quase que o monopólio absoluto no Brasil e acredita-se que os seus preços, inferiores ao do mercado, signifiquem concorrência injusta e terminem assustando quem pretenda fazer investimentos adicionais no País.”

O Financial Times afirma que duas refinarias de petróleo privadas acusam a Petrobras de estar praticando preços abaixo do mercado e decidiram reduzir a sua produção em 40%.

“A falta de clareza quanto à política da companhia transmite a vários investidores a imagem de arbitrariedade.”

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