A Petrobras anunciou ontem (17) um plano de desligamento voluntário (PDV) a funcionários com mais de 55 anos para reduzir custos e melhorar a produtividade da empresa. O programa, que só será detalhado daqui a um mês, poderá atingir um universo de 8,5 mil funcionários, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

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Sindicalistas alertaram para aumento do risco de acidentes, enquanto o mercado viu com bons olhos a possibilidade de reduzir gastos cada vez maiores com pessoal. “Do ponto de vista do resultado é um movimento saudável. O custo com pessoal tem sido um problema crescente na empresa”, disse o diretor de análises da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa.

A estatal tem hoje 65 mil funcionários – e quase 80 mil se considerado todo o sistema Petrobrás, segundo a FUP. O coordenador da federação, João Antônio de Moraes, disse estar preocupado com o fato de a estatal não garantir reposição das vagas, com exceção das áreas operacionais. “O número de trabalhadores hoje claramente já é insuficiente para as atuais atividades da companhia”, disse, após reunião com representantes da Petrobrás sobre o PDV.

Moraes cita a construção de quatro refinarias, novas plataformas e terminais, obras grandes ligadas ao pré-sal e que precisam de efetivo. O número insuficiente de funcionários é apontado por sindicalistas como causa parcial de acidentes em instalações da estatal nos últimos meses. “Certamente aumenta o risco. Vamos perder pessoas com muita experiência na indústria. O desligamento precisa ser gradativo”, disse o representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobrás, José Maria Rangel.

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O Sindipetro alerta que houve cinco incêndios recentemente em unidades da estatal. Na semana passada, pegou fogo um contêiner dentro da plataforma P-62, cuja conclusão das obras foi celebrada em dezembro, num evento com a presença da presidente Dilma Rousseff. Rangel reclamou que o sindicato não foi informado do incêndio, que durou 40 minutos e não deixou feridos.

Aposentados

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Serão contemplados 7 mil funcionários que já estão aposentados pelo INSS, mas continuam trabalhando na empresa, além de 1,5 mil que completam tempo de aposentadoria até 31 de março. Uma das possíveis propostas em estudo é o pagamento de um prêmio equivalente a 40% do saldo do FGTS. A Petrobrás vai fazer uma hierarquização dos postos de sua necessidade e os desligamentos poderiam acontecer de forma imediata ou em até 36 meses. Segundo a Petrobrás informou em nota, o plano é fruto da implantação do Programa de Otimização de Produtividade (POP) e visa a adequar o quadro de funcionários às metas do plano de negócios da empresa.

O PDV segue a tendência de programas de desligamentos voluntários lançados por outras empresas estatais. Em 2013, várias companhias do setor elétrico, como Copel, Cemig, Cesp e Eletrobrás, enxugaram os seus quadros por meio dessa iniciativa. No caso da holding federal, 4,088 mil empregados haviam aderido ao plano lançado no ano passado (não concluído porque ainda não contou com a adesão da Eletronuclear), que teve custo total de R$ 2,1 bilhões, com economia anual de R$ 1,1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.