A Refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco, investimento conjunto entre a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA, deve começar a operar no primeiro trimestre de 2011. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou hoje que não há mais obstáculos para a composição da parceria entre a estatal e a petroleira venezuelana para os investimentos na refinaria. Segundo ele, “todos os pontos pendentes” foram equacionados na última reunião realizada em Caracas, com os principais executivos das duas estatais.
Costa afirmou que foram mantidas tanto as porcentagens iniciais de participação de cada empresa (Petrobras com 60% e PDVSA com 40%) quanto o cronograma de entrada em operação da refinaria. A unidade vai processar 230 mil barris por dia, sendo 50% de óleo pesado da Bacia de Campos e o restante de óleo vindo da Venezuela. Entre os principais obstáculos que estavam impedindo o andamento do acordo entre as duas companhias estavam o preço do petróleo e a possibilidade de a PDVSA vender sua parte do combustível processado diretamente no varejo brasileiro.
O diretor afirmou que a estatal venezuelana cedeu nas exigências. “A PDVSA vai seguir as regras do mercado brasileiro para a distribuição de combustíveis e aceitou ter, como preço pago pelo seu petróleo, o valor do barril cotado no mercado internacional”, disse Costa. Anteriormente, a PDVSA reivindicava o acréscimo de um fator X sobre o preço final, para elevar o valor do seu produto.
Segundo Costa, a expectativa é de que o acordo seja assinado no próximo encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, em setembro. Na ocasião, a Venezuela aportará pelo menos cerca de R$ 800 milhões referentes ao que a Petrobras gastou na unidade até 31 de dezembro de 2008. Costa salientou, no entanto, que o valor apurado por uma auditoria no final do ano passado deverá ser atualizado. No total até agosto, a Petrobras diz já ter investido R$ 3,5 bilhões na unidade.
O diretor acredita que o valor previsto inicialmente para o total da refinaria, de US$ 4 bilhões, “vai certamente aumentar”. “A previsão dos valores era de três anos atrás e muita coisa mudou neste período. Só não podemos dar mais detalhes para não atrapalhar os contratos que ainda estão sendo negociados”, disse, em entrevista após participar de evento promovido pela Organização Nacional das Indústrias do Petróleo (Onip) com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e fornecedores da cadeia petrolífera nacional.
Dos 15 principais contratos para a refinaria, dez já foram assinados, disse o diretor. Os demais estão sendo renegociados por terem apresentado preços superiores ao orçamento inicial. “Esta renegociação já nos trouxe uma redução substancial, superior a 10%”, disse Costa.
Projeto piloto
A estatal de petróleo e gás chilena Empresa Nacional del Petróleo SA (Enap) e a Petrobrás lançaram um projeto piloto para distribuição de biocombustíveis no Chile, de acordo com informações da edição de hoje do jornal local Diario Financiero.
O projeto inclui a avaliação da demanda potencial por biocombustíveis e da logística necessária para distribuição, particularmente de etanol, no mercado chileno.
Hoje, a Petrobras assumiu o controle da operação de 230 postos de combustíveis da Esso no Chile, comprada por US$ 400 milhões da norte-americana Exxon Mobil Corp. “Sem dúvida, a Petrobras está à procura de novos mercados para o etanol”, disse uma fonte da Enap. “Estamos constantemente avaliando os combustíveis alternativos. Um deles é o etanol. Pretendemos usar a experiência técnica da Petrobrás.”
Segundo o jornal, a administração da presidente Michelle Bachelet tem declarado sua intenção de diversificar a matriz energética do Chile. O governo chileno considera que combustíveis como o etanol e o biodiesel são importantes nessa estratégia. A Petrobras, segundo o diário, vai investir US$ 90 milhões na Esso Chile nos próximos cinco anos. As informações são da Dow Jones.