A Petrobras foi a única empresa a apresentar propostas para a ampliação do trecho sul do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que liga São Paulo ao Rio Grande do Sul. A estatal informou à operadora do duto, Transportadora Brasileira do Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), que pretende ampliar em 5,2 milhões de metros cúbicos por dia a capacidade de transporte do trecho. O objetivo é inserir na tubulação parte do gás que será importado na forma de gás natural liquefeito (GNL).

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O processo de ampliação do duto foi aberto a pedido da própria Petrobras, uma vez que o trecho sul já encontra-se perto do limite de capacidade de transporte, que é menor à medida em que a tubulação avança rumo a Canoas (RS). No primeiro trecho, entre Campinas e Araucária (PR), por exemplo, a capacidade é de 6 milhões de metros cúbicos por dia; no último, entre Siderópolis (SC) e Canoas, é de 1,2 milhão de metros cúbicos por dia.

Atualmente, devido às dificuldades de abastecimento do combustível, não é possível ligar ao mesmo tempo as duas térmicas abastecidas pelo Gasbol na região – Araucária, no Paraná, e Canoas, no Rio Grande do Sul.

O projeto não envolve aumento de compras do gás boliviano, uma vez que o combustível a ser inserido no trecho sul do Gasbol virá, principalmente, do terminal de GNL projetado para a Baía de Guanabara. O terminal deve entrar em operação no ano que vem e será uma alternativa de importação à Bolívia, com cargas compradas no mercado africano ou no Caribe.

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GNL é o gás transportado em navios na forma líquida e regaseificado antes de ser inserido na rede de gasodutos. A Petrobras pretende usar a tecnologia para abastecer usinas térmicas, já que a possibilidade de armazenagem permite a assinatura de contratos flexíveis de fornecimento, nos quais uma usina só terá gás quando for chamada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico a operar.

Conforme determina a legislação, a TBG teve de abrir uma consulta pública para identificar se havia outros interessados em investir na ampliação do trecho sul do duto. A consulta terminou na última segunda-feira, sem que outras empresas demonstrassem interesse no projeto.

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As incertezas em relação ao gás boliviano e a falta de descobertas no Brasil diminuíram o ímpeto das companhias estrangeiras com relação ao mercado brasileiro de gás. No ano passado, por exemplo,cinco empresas apresentaram propostas para participar da expansão do Gasbol, mas o processo foi suspenso após a nacionalização das reservas bolivianas.