A Petrobras deverá definir até março do próximo ano a solução logística que será aplicada para escoar o gás natural que será produzido, associado ao petróleo, no campo de Tupi, na camada pré-sal. A informação é da diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, que participou hoje de audiência pública na comissão de Minas e Energia da Câmara para tratar do setor de gás natural.
A executiva afirmou que hoje, por uma questão de flexibilidade, há uma certa preferência para a construção de terminais offshore de liquefação do gás, ao lado das plataformas de produção. Nessas unidades, a Petrobras poderia transformar, ainda no mar, o gás em líquido, o que facilitaria seu transporte por meio de navios, tanto para a exportação quanto para a venda no próprio mercado brasileiro. Outra possibilidade também em estudo pela empresa é a tradicional, que consiste na construção de grandes gasodutos para transportar o gás até terra firme.
Maria das Graças, entretanto, salientou que “os terminais de liquefação no mar não foram feitos em lugar nenhum” e que por isso a Petrobras só vai optar por essa tecnologia se ela for competitiva. “Há uma preferência (pela liquefação), devido a flexibilidade, mas tem que trazer os melhores resultados”, disse. Segundo ela, hoje há três grandes empresas internacionais em uma “design Competition” “para propor projetos de liquefação no mar para a Petrobras. São elas: a holandesa SBM Offshore; a francesa Te4chynip e a italiana Saipem. A diretora explicou que as empresas terão até dezembro para entregar suas propostas à empresa. Com base nesses estudos e nas avaliações internas sobre o custo de gasodutos é que a Petrobras decidirá, até março de 2011, qual tecnologia vai adotar.
Maria das Graças disse ainda que o consumo de gás natural, excluindo as termelétricas, já retornou a um patamar equivalente ao do período anterior à crise econômica mundial. Segundo ela, ontem, por exemplo, foram consumidos 39,6 milhões de metros cúbicos de gás. Esse número, que exclui as usinas termelétricas, é alavancado, principalmente, pelo consumo industrial, e responde por 80% do total. “O restante é gás natural veicular e gás usado nas residências ou no comércio”, disse a executiva. Para ela, essa retomada do consumo é uma consequência da volta do crescimento da atividade industrial. Até o ultimo trimestre de 2008, o consumo diário de gás estava na faixa de 40 milhões de metros cúbicos e chegou a cair, durante a crise, para patamares de até 25 milhões de metros cúbicos por dia.