A Petrobras reduziu pela metade sua meta de exportações de álcool para 2008, passando de 1 bilhão de litros para 500 milhões, informou nesta quarta-feira (29) o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, em entrevista coletiva à imprensa para detalhamento do plano estratégico da empresa para até 2012 em sua área específica. A Petrobras vai realizar uma série de entrevistas com os demais diretores detalhando o plano em cada uma das áreas.
Segundo Costa, a redução da meta foi necessária por conta da suspensão das exportações do combustível para a Venezuela e para a Nigéria. No caso do país africano, disse o diretor, faltou infra-estrutura e logística para receber o álcool e distribuí-lo no país, dentro da intenção do governo nigeriano de adicionar 10% do biocombustível à gasolina. "Havíamos anunciado que essa exportação estava prestes a ocorrer e que estávamos fechando o contrato, mas não ocorreu e isso nos fez mudar um pouco os planos", disse.
Já com relação à Venezuela, Costa afirmou que as exportações não se concretizaram dentro do esperado por conta de uma decisão do governo venezuelano de adicionar MTBE à gasolina para aumentar a octanagem do combustível, em vez de utilizar o álcool, como estava sendo programado anteriormente. No ano passado, do total de 120 milhões de litros exportados, a Venezuela recebeu 84 milhões de litros.
Indagado sobre uma possível decisão política do presidente venezuelano, Hugo Chávez, na suspensão da negociação com o Brasil na área de álcool, principalmente por conta das críticas que o governante vem fazendo aos programas de incentivo à produção do biocombustível, em linha com o ditador Fidel Castro, Costa minimizou: "O que chegou até mim foram questões técnicas. A Venezuela optou por continuar utilizando o MTBE e suspender o programa alternativo de vir a usar o álcool. Se houve aí uma decisão política ou não, não cabe a mim responder", disse.