Os combustíveis vão aumentar, nas refinarias, em percentuais que variam de 10% (gasolina) e 12% (diesel). O anúncio foi feito ontem, pela Petrobras. O reajuste já está em vigor (começou a valer à zero hora deste sábado). Os percentuais não incluem ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços).
?Esses ajustes de preços foram definidos pela companhia levando em consideração um novo patamar de preço do petróleo, dentro de uma perspectiva de médio e longo prazos e estão em linha com as premissas definidas no Plano Estratégico de manter parametrizados os preços dos derivados ao mercado internacional?, informa o comunicado da estatal.
Segundo a Petrobras, os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incidem os aumentos anunciados incluem Cide e PIS/Cofins, mas não o ICMS. Os reajustes serão pagos pelas distribuidoras de combustíveis quando assumirem o produto nas refinarias.
A Petrobras estima que o impacto para o consumidor será menor porque os aumentos não incidem sobre os impostos nem sobre os 25% de álcool que é misturado à gasolina, nem sobre as parcelas de distribuição e revenda.
Será o primeiro aumento dos combustíveis em todo o ano de 2005. A estatal foi criticada por ter evitado repassar a volatilidade nos preços internacionais dos combustíveis para o consumidor brasileiro.
O preço da gasolina é formado por seis componentes diferentes entre si. Qualquer alteração em algum destes fatores traz reflexos no preço que o consumidor paga nas bombas.
A Petrobras afirma ter levado em conta para a definição do aumento o novo patamar de preços do petróleo com uma perspectiva de médio e longo prazos.
Segundo a Fipe, o impacto do reajuste na inflação (IPC) deve ser de 0,32%. E no IPCA, de 0,20%
Local
A gasolina, em Curitiba, estava sendo vendida até ontem, por preços que oscilavam entre R$ 2,19 e R$ 2,26 o litro. Caso seja repassado para o preço do combustível o total autorizado pela Petrobras para as refinarias, o litro da gasolina deve aumentar, na capital, em torno de R$ 0,21 a R$ 0,22, passando para R$ 2,40 o mais barato e R$ 2,48 o mais caro. Mas a expectativa é de que o percentual máximo a ser repassado ao consumidor seja de 5%.
Para encher o tanque de um carro popular, de 45 litros, o consumidor gastava, até ontem, R$ 98,55 se considerado o valor mais baixo. A partir de hoje, pelo valor mais alto (R$ 2,48), vai gastar R$ 111,60 para encher o mesmo tanque, R$ 13,05 de diferença.
Empresários do setor não se surpreenderam com o ajuste anunciado ontem e que já está em vigor. O mercado já trabalhava com a perspectiva de que os combustíveis aumentariam principalmente em função do aumento do preço do petróleo no mercado internacional. ?A questão não era mais o percentual e sim quando o ajuste seria anunciado?, disse ontem um analista.
O ajuste nas bombas deve ser feito ainda neste final de semana, mesmo que os postos tenham combustível em estoque. ?A concorrência é quem vai determinar o percentual a ser adotado?, diz a mesma fonte. Nos primeiros dias o percentual pode até ser adotado em sua totalidade. ?Mas depois, quando o consumidor passar a procurar o preço mais barato, os preços tendem a se acomodar num patamar mais baixo?, explica.
