Para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, apesar de ultrapassado o pior momento da crise, decorrente de desdobramentos da operação Lava Jato e da queda do preço do petróleo em 2015, a empresa ainda está “convalescendo de uma grave doença”. Em vídeo divulgado aos funcionários na noite de terça-feira, 26, ele afirmou que a petroleira possui “endividamento ainda elevado, custos ainda elevados”.
O vídeo foi uma resposta à polêmica que tomou conta das redes sociais dos funcionários na terça-feira, com o vazamento de áudios do gerente-executivo de Recursos Humanos, Claudio Costa, que, em reunião com empregados em São Paulo, anunciou o fechamento do escritório da Avenida Paulista. No encontro, ele ainda falou que “algumas pessoas não ficarão na companhia”. Castello Branco negou a intenção de demitir funcionários, mas confirmou que a diretoria estuda um programa de incentivo à demissão voluntária.
Além do escritório de São Paulo, foi encerrada a atividade em Nova York e o mesmo acontecerá na África, Irã e Japão. “É claro que preservamos aqueles que julgamos indispensáveis, como em Houston e Londres, na Holanda, em Cingapura e na China”, disse o executivo.
Ele ainda anunciou que o conselho de administração da empresa decidiu na terça-feira manter os salárioS de toda diretoria, inclusive o do presidente, com reajuste zero. “Continuaremos a perseguir oportunidades para a redução de custos para preservar essa companhia forte e saudável e para que a sua existência nunca mais volte a ser colocada em questão”, afirmou.
No áudio que vazou nas redes sociais, o gerente de RH diz que, se nada for feito, a Petrobras não existirá mais em duas décadas.
“Somos a maior companhia da América Latina e queremos que ela seja a melhor. Não basta ser maior, queremos ser a melhor, a mais forte, mais saudável. E quem tem custo alto não pode ser a melhor. Então, vamos continuar nessa direção”, acrescentou o presidente da petroleira num vídeo de 7 minutos, gravado ao fim do dia, após reunião do conselho de administração.