Lavoura de soja no Paraná: sanidade e qualidade. |
A ferrugem asiática da soja, já identificada em Mato Grosso e Goiás na safra 2003/2004, agora também chama a atenção dos produtores do Paraná, o segundo estado produtor de soja. Muitos agricultores e agrônomos da assistência técnica de várias regiões do Estado estão buscando informações na unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Londrina (PR). Apesar de vários cursos e palestras terem sido ministrados em 2003, a Embrapa Soja promoveu, no primeiro dia útil de 2004, um treinamento de reforço dirigido a 30 agrônomos da assistência técnica e de cooperativas.
A ocorrência precoce e simultânea da ferrugem asiática da soja em municípios do Norte do Paraná coloca em estado de alerta os produtores de todo o Estado. ?Os focos encontrados até o momento concentram-se nas cidades de Londrina, Mauá da Serra, Bela Vista do Paraíso, Rolândia, Arapongas e Apucarana, sendo a maioria em forma de reboleira, com baixo índice de lesões?, explica a chefe-geral da Embrapa Soja, Vânia Castiglioni.
A ferrugem está preocupando mais este ano porque apareceu mais cedo, tanto no Paraná quanto em Mato Grosso, São Paulo e Goiás. No Paraná, além do surgimento precoce, no início da fase reprodutiva, as condições climáticas estão favoráveis: a temperatura está amena (entre 17ºC e 22ºC) e há umidade noturna (orvalho). O clima ameno proporciona maior número de horas de orvalho e essa umidade favorece a infecção da soja pelo fungo Phakospsora pachyrhizi.
?Nós estamos orientando todos os produtores para que façam o monitoramento constante da sua lavoura. Somente a identificação precoce da ferrugem permite o controle adequado da doença?, afirma a pesquisadora. Os sintomas aparecem em qualquer fase do desenvolvimento da planta. Para observá-los, o produtor deve coletar as folhas da parte inferior da planta e colocá-la contra um fundo claro. A folha infectada tem minúsculas lesões em formato de pequenos pontos escuros e salientes que aparecem na face inferior da folha. Se houver dificuldade de identificação, o produtor deve procurar um agrônomo da assistência técnica.
Atualmente, o controle químico ainda é o principal método de controle. Segundo a Embrapa Soja, a aplicação de fungicidas registrados deverá ser feita tão logo seja identificada a doença. Por isso, é recomendado o monitoramento constante das lavouras. Outro método de controle é o uso de cultivares resistentes – a Embrapa já incorporou no seu programa de melhoramento genético as atividades de cruzamento e seleção de plantas em busca de linhagens resistentes.
Castiglioni lembra que não se deve fazer a aplicação preventiva. ?Ela não se justifica, pois o ciclo da cultura da soja é de cerca de 130 dias e o efeito residual dos fungicidas é de 25 dias e a ferrugem pode ocorrer em qualquer fase de desenvolvimento da planta desde que as condições climáticas sejam favoráveis.
Para as pessoas que têm acesso à internet, a Embrapa Soja disponibilizou informações detalhadas e constantemente atualizadas no seu site (www.cnpso.embrapa.br/alerta). Também estão à venda publicações que podem ser solicitadas por e-mail (sac@cnpso.embrapa.br) ou por telefone (43) 3371-6119.