A elevação do preço da gasolina em Curitiba não atinge todos os postos. No final de semana ainda era possível encontrar o produto sem o reajuste. Em alguns locais o combustível custava R$ 1,89, enquanto a maioria já havia subido para R$ 2,09. O aumento ocorreu sem que a Petrobrás tivesse anunciado qualquer reajuste nas refinarias.
O gerente de posto Flávio Scheliga fala que ainda não subiu o preço da gasolina, R$ 1,91, por dois motivos. O primeiro deles é a concorrência e outro é que ainda tem combustível no estoque. “Se eu aumentar, eu não vendo”, fala. O gerente de outro posto, que não quis se identificar, está tomando a mesma atitude. “Vamos sondar primeiro a concorrência”, fala.
Mas quem aumentou o preço tem suas justificativas. O gerente Daniel Bocardini, reajustou na manhã de ontem a gasolina de R$ 1,89 para R$ 2,09. Segundo ele, na última quinta-feira, as distribuidoras pararam de dar um desconto de R$ 0,08 e o preço que estava sendo praticado tornou-se insustentável. “A nossa margem de lucro já é pequena, R$ 0,08. Se reduzisse ainda mais teríamos que fechar”, comenta. Daniel diz que outros dois postos da família estão fechados devido o problema. “As pessoas querem combustível barato, mas se esquecem do risco de gasolina adulterada. A concorrência tem sido desleal”, fala. Para ele a margem de lucro ideal seria de R$ 0,25.
Outro ponto que afeta a vida das empresas em geral é a elevação da alíquota da Cofins. A reforma tributária acabou com os impostos em cascata, mas compensaçã a alíquota de Cofins triplicou de valor, pulando para mais 7%.
Em outro posto o preço também já estava R$ 2,09. O gerente, que também não quis se identificar, colocou a culpa na alta do álcool, que subiu de R$ 1,06 para R$ 1,24. “A gasolina tem 25% de álcool em sua composição”, fala. Enquanto isto a população tem se válido da pesquisa para frear a subida. Foi o que fez Solis Baroni. Ela e o marido percorreram ontem vários postos para abastecer. “Em outros locais já subiu. Aqui a gasolina está R$ 1,89. A diferença pesa no orçamento”, comenta. Edmar de Castro Filho, tem a mesma opinião. “É preciso abastecer no posto onde está mais barato. Mas também é importante ficar de olho na qualidade do combustível”, fala.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo (CNP) até a semana passada o preço médio praticado em Curitiba era de R$ 1,97, o que representa uma alta de 6%. (EW)