O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, está empenhado na reestruturação dos órgãos de pesquisa e de extensão rural do Estado para que a produção agrícola possa superar a meta fixada para este ano, que é colher 30 milhões de toneladas entre a produção de grãos de verão e inverno. O secretário avisa que já estão superadas as dificuldades naturais que surgem no primeiro ano de governo e agora poderá concentrar esforços no aumento da produção agrícola.

A previsão para este ano é superar a meta fixada, se houver condições normais de clima, como ocorreram no ano passado. As principais lavouras do Estado atingiram recordes de produtividade e a produção total do ano passado atingiu 30,24 milhões de toneladas.

No primeiro relatório de safra deste ano, que inclui as estimativas das safras de verão e inverno juntas, o Departamento de Economia Rural (Deral) prevê uma produção de média de 29,5 milhões de toneladas para o ano agrícola 2003/2004. A projeção menor não leva em conta os picos de produtividade atingidos no ano passado e também a redução da área plantada de milho, cujo rendimento físico influencia no resultado final da safra, explicou a engenheira agrônoma Vera da Rocha Zardo.

A técnica acredita, porém, que essa projeção inicial pode ser superada. Isso porque o clima está ajudando o desenvolvimento das lavouras da safra de verão com chuvas regulares e bem distribuídas em quase todas as regiões do Estado e as principais culturas apresentam bom desenvolvimento.

A produção de soja deve bater o recorde pelo quarto ano consecutivo. O Deral prevê a colheita de 11,78 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 7,6% sobre a safra 2002/2003, cujo rendimento atingiu 10,94 milhões de toneladas. Com isso, a soja se consolida como a principal lavoura da safra de verão no Paraná.

O plantio de milho da safra normal está menor do que no ano passado. A área plantada teve uma redução de 9,3%, caindo de 1,47 milhão de hectares plantados na safra 02/03 para 1,33 milhão de hectares plantados na atual safra. Por conta dessa redução a expectativa de produção também é menor. A produção da primeira safra deve atingir 7,3 milhões de toneladas, uma redução de 12% em relação à safra passada, cuja produção foi de 8,35 milhões de toneladas.

Essa redução, no entanto, poderá ser compensada com a produção de milho da segunda safra (milho safrinha) e também com os aumentos de produtividade que podem se confirmar, se mantidas as condições normais de clima. O Deral prevê um aumento de 6,2% na área plantada da safrinha, devendo aumentar de 1,36 milhão de hectares plantados no ano passado para 1,45 milhão de hectares que devem ser plantados este ano.

Pela primeira vez a área plantada com milho na segunda safra supera o plantio da primeira safra, disse Vera Zardo. A previsão de produção, no entanto é menor porque não leva em conta os picos de produtividade atingidos no ano passado, explicou. A previsão de produção da safrinha é de 5,633 milhões de toneladas, abaixo da produção do ano passado que atingiu o recorde de 6,05 milhões de toneladas.

O algodão este ano está com boas perspectivas. A área plantada aumentou 44,7 %, passando de 30 mil hectares na safra passada para 43,4 mil hectares na atual safra. A previsão de produção é de 98.141 toneladas, o que corresponde a um aumento de 37% em relação à safra passada.

A colheita de feijão das águas já iniciou e a previsão aponta para uma produção de 488 mil toneladas, que representa uma redução de 0,6% em relação ao ano passado, quando foram colhidas 492 mil toneladas. A redução de 1,9% na área plantada e os efeitos do clima estão prejudicando a cultura, que é muito sensível aos ventos frios e chuvas que vêm ocorrendo desde novembro, disse a técnica.

Ministro apóia posição do Paraná sobre transgênicos

O Paraná vai manter a postura de impedir o transporte de soja transgênica através do Porto de Paranaguá. A posição foi manifestada pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, no encontro entre diretores de portos do Sul e Sudeste e o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, em Brasília, na quinta-feira (8). Após explicar as vantagens econômicas que o Estado tem com o transporte de soja convencional, Pessuti recebeu apoio de Adauto, que reafirmou sua posição favorável ao Paraná.

Representantes dos portos de Santos (SP), São Francisco do Sul (SC) e Rio Grande do Sul (RS) foram ao Ministério dos Transportes solicitar a postergação, por mais um ano, da decisão do governo do Paraná de impedir o passagem de transgênicos pelo Porto de Paranaguá. ?Afirmamos que o Paraná descarta qualquer flexibilização e o ministro disse que vai trabalhar para conceder ao Estado o direito de impedir o transporte de transgênicos por Paranaguá?, afirma Pessuti.

Leite

A viagem a Brasília também teve o objetivo de buscar mais informações sobre variação do preço do leite e as implicações da crise na multinacional italiana Parmalat. ?Ficamos mais tranqüilos sobre as conseqüências da crise na empresa para o produtor do Paraná e ao confirmar que a queda no preço do leite decorre de um excesso de oferta natural do produto, nesta época do ano?, diz.

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