Brasília – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve ficar em 3,86% este ano, e não mais 3,77% como foi projetado na semana anterior. Essa é a estimativa média de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras consultados pelo Banco Central, na última sexta-feira (24), e divulgada hoje (27) no Boletim Focus. O aumento reflete a elevação dos preços dos alimentos neste mês, que corrigiram a expectativa do IPCA de agosto de 0,25%, na semana passada, para 0,34%, embora a estimativa de inflação de setembro tenha mantido a estabilidade, com oscilação de 0,24% para 0,25%. Foi o suficiente para os analistas elevarem também a projeção do IPCA para os próximos 12 meses: de 3,67% para 3,71%.
O Boletim Focus mostra que se manteve a estimativa de 3,95% para o Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). Mas, esse indicador se refere ao comportamento de preços apenas na capital paulista, e há alguns meses está acima da estimativa de inflação nacional.
O único indicar de inflação em baixa, de 2,60% para 2,50% na comparação semanal, diz respeito aos preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transporte coletivo urbano, água, saneamento e outros). Esses preços equivalem a quase um terço na composição do IPCA.
As projeções de preços no atacado também tiveram significativa alta, de acordo com os indicadores acompanhados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice Geral de Preços ? Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumentou de 3,66% para 3,97% de uma semana para outra e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) evoluiu de 3,64% para 3,82% na mesma base de comparação.