Pesquisa constata queda na inadimplência

São Paulo

– A inadimplência no País desacelerou significativamente o seu ritmo de crescimento de janeiro a agosto deste ano, passando de 36% no primeiro bimestre de 2002 (janeiro e fevereiro) para 10% no quarto bimestre (julho e agosto), segundo dados do Serasa. O Indicador Serasa de Inadimplência inclui todos os meios de pagamentos: cheques devolvidos, títulos protestados, sistema financeiro (bancos), cartões de crédito e financeiras.

Entre pessoas físicas, o indicador também apontou queda na inadimplência nos oito primeiros meses do ano, passando de 44% no primeiro bimestre para 17,5% no quarto bimestre, na comparação com iguais períodos de 2001. O recuo entre pessoas jurídicas foi ainda maior, cresceu 30,7% no primeiro bimestre do ano e registrou 4,6% no quarto bimestre de 2002, ante iguais períodos de 2001.

De acordo com o índice da Serasa, os cheques sem fundos apresentam queda na representatividade nos últimos três anos. Nos primeiros oito meses de 2000, a participação de cheques devolvidos no Indicador Serasa de Inadimplência foi de 48%. No mesmo período de 2001, foi de 43%. Nos oito meses deste ano, os cheques devolvidos representaram 38% do total do indicador.

O segundo índice na representatividade é o registro de inadimplência de cartões de crédito e financeiras, que apresenta crescimento. Nos primeiros oito meses de 2000, representou 25%; em igual período de 2001, 26%; de janeiro a agosto deste ano, 30%.

O índice de registros no sistema financeiro (bancos) tem a terceira maior participação no indicador: nos primeiros oito meses deste ano, 25%; em igual período de 2001, 23%; e 16% em 2000. A menor representatividade, na comparação semestral, foi dos títulos protestados, 7% este ano, 8% em 2001 e 11% em 2000.

Segundo o estudo, o valor médio das anotações negativas de cheques sem fundos nos últimos oito meses foi de R$ 682,81; de títulos protestados, de R$ 873,77; de registros no sistema financeiro, de R$ 2.375,91; e de registros em outros segmentos (cartões de crédito), de R$ 308,58

O inédito Indicador Serasa de Inadimplência revela que o volume de crédito na economia teve um ritmo de crescimento maior do que o da inadimplência global. O índice mostra que as linhas de financiamento cresceram 64% de janeiro de 1999 até julho de 2002, enquanto a inadimplência subiu 57% no período de janeiro de 1999 a agosto de 2002.

Isolando apenas os dados de pessoa física, a diferença é mais expressiva. O volume de dinheiro destinado aos empréstimos subiu 141%, enquanto a inadimplência, apenas 72%.

Segundo a Serasa, no caso de pessoas físicas, a queda no ritmo de aumento da inadimplência vem sendo provocada pela menor atividade econômica e devolução do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A Serasa destaca que o consumidor está pronto para as compras de final de ano e a cautela notada nos últimos meses poderá ser substituída pelo consumo.

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